Ode ao amor I
O sorriso surgira bestificante
Naquela jovem donzela
Sonhadora e romântica
Na varanda ao vento rufante
Olha ela a pequena janela
Ao cantar da doce cantiga
Sofrendo de saudades
Pensando no tocar do vento
No tocar do amor
A maciez de sua pele arrepia
O quente sol daquelas tardes
Trazia a ela memórias do convento
E naquele rico calor
Cantava aquela melodia
Sem qualquer malícia
Cantarolava ela ali
No seio de sua inércia
À guarda da polícia
A quem tanto amava
E de quem já não tinha notícia
Aquela galante música
Que lhe belisca a alma
Lembra-lhe aquela lésbica
A quem tanto desejava
Que coisa lúdica!
Apreciar com calma
Aquela jovem Boudica
A quem tanto se almejava
Envolta na límpida seda
Icena ela, despida estava
Observante à praia
Cantarolava à amada
Inflamava a labareda
O amor que se abraçava
Despia a sua saia
Ao vento da enseada
Defronte à alameda
A paixão se mostrava
Com o desatinado abraçar
A morena beijava na sacada
Aquela Boudica de quem gostava
Com melosos lábios de açúcar
Acariciando-se as duas com o palpar
O vento envolvia aquela chama
Naquele abraçar da tarde
Aquele lindo e apaixonado par
Sequer se movia, nem pensaram na cama
E ao vento, a seda tremulou como estandarte
Presas àquela intensa vontade
Que não é mais do que um bem querer
Tentaram suprir sua saciedade
Nos corações mostra aquela bela amizade
Que o amor é fogo que arde sem se ver
É a chama que move a simplicidade
O abraçar das duas na seda fina
O beijar na ensolarada tarde
O desenvolver da intensa volúpia
Aquela despreocupada ação
Aquela sensualidade feminina
Que tão bem é retratada na arte
Com sua simplicidade quase rúpia
Que tanto lhe cabe ao coração
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