O caderno virtual "Troikamental: Além do Bem e do Mal" nasceu no dia 28 de julho de 2011, na época eu não sabia o impacto que essa data tinha um peso histórico duplo: em 28 de julho de 1794 Robespierre foi guilhotinado como traidor da Revolução Francesa, e cento e vinte anos depois, em 1914, a Áustria Hungria diante o impasse diplomático com a Sérvia, após o assassinato do príncipe Francisco Ferdinando inicia o primeiro conflito em massa da história contemporânea: a Primeira Guerra Mundial.
Sim, eu não tinha ideia do que eu estava começando. Eu era um recém-ingressado aluno do curso de História que achava que poderia mudar o Mundo com o poder de minhas próprias palavras, felizmente os dois primeiros anos me fizeram mudar brutalmente, desde meus paradoxos metafísicos, minhas críticas ao que eu acreditava (o marxismo), até mesmo uma amadurecida de minha própria consciência. Se olharem com atenção, no final de 2012 é que eu sofro uma mudança radical e repagino a proposta da página.
O caderno virtual é antes de tudo um blog, por isso muitas vezes existem pensamentos pessoais embutidos nas postagens, embora eu evite utilizar a primeira pessoa. Esse é um caderno que tenta discutir filosofia, política, história, geopolítica, acontecimentos e às vezes futebol. Sim, ainda há uns deleites meus de juventude que às vezes deixo escapar, mas a tentativa é não tornar esse um veículo atrelado à grandes empresas de comunicação ou ao governo; não é propriamente imparcial, de modo que existem aspectos em que exerço um posicionamento muito claro.
O blog também possui uma variedade de contos, poemas e discussões de literatura; afinal de contas eu ainda me dedico ao amadorismo literário, negar minhas origens seria negar minha própria existência. Eu gostaria que o público não fosse restrito apenas brasileiros, mas também a pessoas de fora desse casulo tropical, felizmente algumas pessoas se dedicaram a ler mesmo que por acidente (gostaria realmente que o tradutor do Google não retirasse a formatação ou fizesse traduções ruins de alguns termos).
Minha pretensão não é mais mudar o mundo, ou tampouco as pessoas; o que alguns leitores antigos podem observar é que dentro de três anos escrevendo no mesmo caderninho virtual por dias a fio é que eu deixei de ter a mesma capacidade de acreditar nas pessoas que antes, eu não acredito tanto na capacidade das pessoas mudarem, de modo que o ativismo político não é algo que eu faça mais.
Eu acho que deveria frisar que sou bastante solícito a críticas e que adoro ler comentários dos leitores, até porque eu me sinto bem quando sou de vez em quando lembrado, mas como estabeleço nesse papel virtual, não escrevo para um grande público, eu escrevo porque acho que deve ser escrito. Deve-se criticar o governo em vigor, assim como deve-se criticar a oposição existente, deve-se criticar algumas práticas sociais, a política econômica, entender como chegamos ao que chegamos, e discutir alguns acontecimentos mundiais. Não que eu seja um chato de galochas (até acho que sou), mas o papel de crítica ainda é importante num mundo que vem cada vez mais perdendo essa capacidade.
Não quero com isso incitar a violência ou mesmo suscitar ódios irreparáveis e tampouco espero que algo assim possa acontecer um dia, ideias matam mais do que armas. Apenas espero que façam bom uso do que acharem útil e se acharem que estou errado (em muitas coisas posso estar mesmo), desconsiderem. Não quero com isso exercer uma lavagem cerebral em ninguém. Leiam o quanto acharem conveniente e caso queiram comentar, sintam-se a vontade.
Do autor, 30 de julho de 2014
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