domingo, 11 de setembro de 2011

O pânico implícito (texto do blogueiro)


À aurora de um novo século, o mundo espera impacientemente pelo auge daquela Nova Ordem. Fazia exatos dez anos que a Guerra Fria se deu por encerrada quando em 1991, Boris Yeltsin subiu em cima de um tanque T-90 novinho e convocou os cidadãos para o fim da União Soviética.

Aquilo era o auge do Imperialismo, não o explícito que dominara o final do século anterior ao que se passara, mas do domínio do capital sobre o indivíduo. As bolsas de valores e fatores de corretagem agora comandavam os governos enquanto o mundo ainda se corroia em conflitos armados nas mais longínquas partes do globo.

Ali, no seio de uma grande nação, poderosa e onipresente em todos os cantos do mundo; Ali, no coração do capital financeiro, dentre às ruas artérias à gigante Wall Street. Seria ali que algo iria convulsionar aquele sangrento mundo novamente.

Era uma linda manhã de terça-feira na Costa Leste, uma das poucas nas quais se podia  ver o  céu totalmente azulado. Os passageiros daquele aeroplano pensavam consigo quão bela era a vida, e no seio de sua indiferença, procuravam esquecer as mazelas do mundo, e apenas pensar em coisas mundanas (“como quanto dinheiro posso ganhar com isso?” “quantos pontos você fez na partida de golfe?”, “você acha que os Bulls vão ganhar o campeonato?”), mas tudo aquilo estava prestes a ser mudado.

Naquela aeronave a Boeing de quatro turbinas da United Airlines, era comandada ofuscava com sua imponência na pista de pouso, enquanto os passageiros adentravam ali com extremo entusiasmo para sua viagem.

Aquele era o auge da tecnologia da Boeing, um Boeing 767, tendo a si computador de bordo, GPS, transponder e um robusto motor a turbofan da General Electric  CF6-80 que produzia 289 quilonewtons de empuxo.  

Não era a toa que aquela ave metálica, gigante em comprimento (54 metros!) custara mais de cento e vinte milhões de dólares, chega até ser um milagre que aquela coisa conseguisse voar.
— Sua poltrona é a 086, deixe-me levá-lo até ela, senhor — Falou docilmente a aeromoça.
O rapaz com o bilhete da poltrona disse algo impronunciável à língua daquela aeromoça e então seu primo serviu-lhe de interprete:
— Ele disser que ficar muito agradecido. Mas querer atrapalhar.
— Atrapalhar? Não, esse é meu trabalho, agora venha.
A aeromoça era uma voluptuosa moça de vinte e cinco anos, de lisos e longos cabelos negros, magricela (mas com preponderantes atributos, diga-se de passagem); ela tinha olhos castanhos, um castanho mais para tom amadeirado, nariz aquilino e lábios finos e sensuais, ela parecia mais com uma daquelas meninas que acabaram de sair do High School do que uma daquelas aeromoças recém-formadas da Cypress College.
                O estrangeiro, que não falava a língua dali, sentia-se em muito extasiado em ver semelhante beleza envolta naquele terninho azul marinho com aquele boné azul de comissária de bordo.
                Ele era um homem alto, um pouco magro, de olhar enigmático, nariz um pouco pontiagudo e maçãs preponderantes, a textura bronzeada de seu rosto e suas feições do Meso-Oriente davam-lhe a aparência de ser um aqueles sheiks muçulmanos que enriqueceram com o petróleo e agora vinha em direção à América fazer negócios, principalmente por ele usar um terno com risca de giz com uma gravata de bolinhas (que certamente ficava melhor num investidor de Wall Street do que num muçulmano acostumado com aquelas túnicas brancas do Oriente).
                — Aqui, senhor. Deixe-me guardar sua bagagem.
                Ele segurou com toda a força a bagagem de mão que levava no colo, aquela atitude rude impressionou a todos na classe turista. Mas a aeromoça não quis criar caso e seguiu em direção ao atendimento de outros passageiros.
                — Bem vindo a bordo, senhor. Qual o número de sua poltrona?
                Пожалуйста, я не говорю по английски ...[1] — Disse em sua língua nacional.
                — Eu  não entendi ,senhor...
                — Ele disse que não fala inglês — Disse outro passageiro que entrava pela escotilha do aeroplano.
                — Como você sabe?
                — Ele é russo, eu nasci na Polônia e aprendi algo de russo.
                — Pergunte qual é o lugar dele?
                O polonês questionou qual era em russo qual era o assento que estava destinado àquele rapaz.
                — Ele disse 064.
                A aeromoça decidiu conduzir o eslavo em direção a seu assento, onde ele pudera reclinar-se da longa viagem que fizera de Moscou até ali (com quinze escalas na Europa!). Ela achou muito estranho aquele individuo, ele tinha feições muito rudes, tinha um nariz muito caracterizado, sólido em sua formação, tinha maçãs do rosto muito pequenas, um queixo muito rude e horrível cicatriz de quase oito centímetros logo abaixo do olho esquerdo.
                Entra, vestindo um grosso sobretudo pardo (incomum para o verão-outono nova-iorquino), um latino, com um bigode de porteiro, e cabeça chata, com inúmeros traços ameríndios, desse que você encontra facilmente no norte da América do Sul, como os venezuelanos ou os colombianos. Ele tinha um andar marcado e uma cara de mal tão ruidosa que poderia assustar até um highlander do SAS.
                — Esta é sua cadeira.
                — Muchas gracias, señorita, yo...
                Por último, quando a escotilha estava prestes a fechar, entra um gordão de Idaho, com uma camisa xadrez e botas com esporas ( o tipo cowboy esteriotipizado dos filmes de Hollywood) e corre em direção de seu assento.
                — Desculpe, aeromoça, mas que dia é hoje?
                — Onze de setembro, senhor.
                — Obrigado.
                A aeromoça, depois dessa pequena conversa com o vaqueiro de Idaho, caminhou em direção ao comissário de bordo.
                — Eu acho que estamos com John Wayne por aqui, não é  mesmo?
                — HA!HA!
                — Esse foi o último?
                — Sim.
                — Então vamos zarpar...
                — Certo, vou dar as instruções aos passageiros.
                O girar das turbinas anunciou que o motor estava ligado. No cockpit, estavam o piloto e o co-piloto conversando com a Torre, para mais instruções:
                “Voo United N672UA,  liberando a pista 3, aguarde.”
                “Torre, estamos aguardando.”
                — Está uma bela manhã de terça não é mesmo, Mike?
                — Esse céu está incrivelmente lindo, Vic. Vai ser moleza pilotar nele tão limpo.
                — Não subestime o céu, ele pode de dar peças.
                “Voo United N672UA, pista 3 liberada, aguarde mais instruções.”
                “Aguardando novas instruções.”
                Então o comandante do aeroplano ligou o comunicador de bordo e começou a falar com os passageiros.
                — Esse é o voo United Airlines 185 com destino à San Francisco — Los Angeles.  Essa aeronave conta com quatro portas laterais localizadas em pontos estratégicos ao longo da fuselagem. Para a sua máxima proteção, possuímos máscaras de oxigênio que serão acionadas em caso de despressurização. Desligue qualquer dispositivo de internet, rádio ou celular que possa interferir com a comunicação com a torre. A aeromoça irá mostrar-lhes como se põe o cinto. Nosso tempo estimado de viagem é de cinco horas, e o filme de viagem será  Rastros do Ódio de John Wayne.
                O  voo 185 foi programado para partir às oito da manhã daquela terça-feira do Aeroporto Internacional Washington Dulles (Washington DC), contudo devido aos atrasos no pátio, o voo partiu da pista de decolagem às 08h14min.
                O aeroplano era um gigante de engenharia moderna, bastava ao piloto ligar os motores, regular a velocidade de cruzeiro, o airspeed e pronto, se ele usasse bem os manetes e o manche, tudo acabaria bem.
                “É proibido fumar nessa aeronave” Dizia o letreiro próximo ao banheiro.
                O imigrante russo caminhou em direção ao banheiro e adentrou na cabine com ligeira pressa (a qual passou despercebida). Ninguém sabia o que aquele rapaz, saído dos Urais iria fazer ali, na verdade, ninguém se importava, a única coisa que valia era a trivialidade de suas vidas.
                — Eu encontrei os dois na minha cama naquela manhã ...— Disse um velhinho, à la Anthony Hopkins, um tanto embriagado de gim para um oficial da marinha ao seu lado.
                — E o que você fez?
                — O que tinha que fazer, corri para a sala e retirei meu rifle do alto da lareira e os escorracei de lá a bala!
                — Não acha que foi um tanto demasiado.
                — Demasiado?
                — Afinal eram só guaxinins!
                — Ora, se eu não tivesse feito isso...
                O russo saiu todo afobado do banheiro, sentia-se totalmente absorto com tudo aquilo e decidiu retornar o mais rápido possível à sua poltrona. A aeromoça percebeu isso e cautelosamente decidiu seguir em direção ao banheiro.
                O que você faria se soubesse que haveria um ataque terrorista naquele mesmo dia e soubesse que envolveria aviões, mas não soubesse quem faria?
                Aquele era um dia que seria lembrado na história. Aquele seria o dia em que milhares se lembrariam de coisas tão maléficas que nem merecem ser contadas várias vezes.
                Pouco antes das oito horas e catorze minutos, quase no mesmo instante que aquele aeroplano decolara, o voo 11 da American Airlines partindo de Boston em direção a Los Angeles foi tomado por um grupo terrorista de nome engraçado, de uma parte esquecida do mundo, no coração do centro das Montanhas do Afeganistão.
                Sob a ameaça de armas e sprays de pimenta, os passageiros e tripulantes daquela aeronave foram imobilizados enquanto um dos líderes a mando de Bin Laden comandava erroneamente aquela aeronave pelo espaço aéreo americano enquanto recitava trechos do Alcorão.
                Quando a aeromoça do aeroplano do voo 185 adentrou no banheiro, ela encontrou um intenso fedor exalante daquele receptáculo tosco de metal.
Ao aproximar-se daquilo, quase vomitou, tentou dar a descarga com a mão tampando as narinas, mas o que conseguira fora unicamente inundar aquela substância pastosa com água, que tristonhamente transbordou daquele receptáculo para o chão, levando consigo algumas partículas daquela fétida substância. Como tive coragem de descrever isso? Eca!  
                “Eu podia ter sido advogada, eu podia ter estudado em Yale, mas não, eu quis ficar por aí, voando numa aeronave como uma doida, agora, não consigo mais dormir direito e ainda tenho que aguentar esse cheiro maldito!”
                Aquele avião, junto com mais três mil e quatrocentos, inundava o espaço aéreo norte-americano com sua imponência gigantesca. Aquele símbolo da máxima opulência da engenharia americana apenas mostrava o total espírito petit-bourgoise que arrendava o imaginário americano.
                — Tudo bem, senhor? — Questionou docilmente a aeromoça da primeira classe a um engravatado que só faltava bater com a cabeça em seu notebook de tamanho nervosismo.
                — Não, tudo bem. É que eu trabalho no mercado de ações e o pregão sempre me deixa muito tenso. Meu médico diz que é ruim para minha úlcera, mas se não fosse por isso, não teria como pagar o médico.
                Na cabine do aeroplano, conversavam os dois pilotos naquela que seria mais uma fatídica viagem em direção à Costa Oeste.
                — Quer dizer então que o nosso velho Vic enfim vai descansar, vai tirar férias e vai passar um tempo com a família. Vai para onde?
                — Londres, talvez. Minha mulher sempre quis que fossemos dar as mãos a rainha e dançarmos no Palácio de Buckingham com o Paul McCartney cantando junto com o Elton John à margem do rio Tamisa.
                — Seu sortudo!
                — O que você está falando? Sortudo é você? Quantos anos tem sua filha?
                — Onze meses.
                — Deve estar difícil de dormir.
                — A gente aguenta.
                — Só não vai dormir enquanto pilota a minha belezinha, tá bom?
                — Certo, pode deixar.
                “Voo United N672UA, vocês tem o voo 11 em seu campo visual?”— Questionou-se através de mensagem cifrada no monitor de bordo.
                “Não, sem avião no nosso campo visual”
                “Ordem: Mantenha distância do voo 11, ele pode estar sendo alvo de sequestro nesse exato momento, prosseguir em direção à Los Angeles por outra rota.”
                “Sequestrado?”
                “É só o que sabemos. Espere por mais ordens”
                — Maravilha!
                Exatamente às 8h46 da manhã, o voo 11 foi jogado contra a face norte da Torre A do imponente edifício World Trade Center, o maior da época. O avião, que estava viajando a 750 km/h e impactou  os andares 93 e 99 liberando aproximadamente mais de 10.000 galões de combustível de jato inflamável.
                Alguns minutos depois, ficou-se sabendo que outro voo, o voo 175 da United Airlines, havia também sido sequestrado por terroristas e o controle aéreo informou:
                “Cuidado com invasões à cabine”
                — Chamem as aeromoças e os comissários para cá.
                Agora quem seria o possível sequestrador? O árabe, o russo, o polonês ou o colombiano? Ninguém sabia, mas ao perceber o reboliço na cabine, um homem se identificou como agente do FBI.
                — O que houve?
                — Estão rondando boatos que alguém sequestrou dois aviões e que um deles acertou o World Trade Center, estão pedindo para termos cuidado, pois alguém pode querer invadir a cabine — Cochichou bem baixinho o comissário de bordo.
                — Vocês tem algum suspeito?
                — Quatro passageiros, todos estrangeiros. Um árabe na 086, um russo na 064, um polonês na 074 e um colombiano na 025.
                — Pois bem, vou investigar. Fiquem aqui e não deixem ninguém passar.
                O investigador do FBI, Jack Thompson, foi procurando poltrona as os seguintes suspeitos.
                — Com licença senhor, você fala minha língua?
                — Eu falar muito mal, senhor — Falou o russo na 064.
                — Eu sou um agente do governo, eu poderia ver seu passaporte.
                — Meu passaporte? Claro.
                O russo entregou-lhe o passaporte, que ainda estava um pouco vazio, era verdade, mas que aparentemente não teve nenhum problema em si.
                — Posso perguntar por que está na América?
                — Eu vim para ser o novo jogador de basquete dos Lackers, meu empresário disser que gostaram muito de meu jogo, lá em Moscou e me contrataram para jogar na, na...
                — Na NBA?
                — Да! Esse era o nome, NBA!
                — Tome, tome seu passaporte.
                — E ter o contrato se querer.
                — Não, não será preciso, o senhor me convenceu.
                — O senhor poder agora me dizer o que estar acontecendo.
                O agente do FBI, no seio de sua inocência, cochichou no ouvido do futuro jogador de basquete.
                — Se você precisar, eu estar aqui. Na Rússia, o que mais temos é isso, nós sabemos mais ou menos como lidar com isso.
                — Obrigado, espero que não seja preciso.
                O agente do FBI despediu-se do russo e entrevistou o polonês.
                — O senhor é Wladyslaw Siewiersky?
                — Tak, meu nome é Wladyslaw Siewiersky, como me reconheceu?
                — Eu ouvia toda a noite no Opera House, meu pai era figurinista lá. Eu gosto muito de seu trabalho.
                — Obrigado.
                — Poderia me dar um autógrafo?
                — Pois sim, qual o seu nome?
                — Jack Thompson, FBI.
                — Muito bem, para meu amigo Jack Thompson do FBI, com carinho do velho pianista de Crácovia.
                — Obrigado.
                O agente do FBI caminhou mais um pouco e encontrou-se com árabe, que por sinal estava visivelmente nervoso, e o inquiriu:
                — O senhor está muito nervoso.
                — Desculpe — Respondeu outro homem, o acompanhante daquele com quem Thompson falava — Ele não fala uma única palavra em inglês.
                — Muito interessante, considerando que ele está na América, onde todo mundo fala inglês. Por que ele está tão nervoso?
                — Sua majestade tem medo de voar.
                — Sua majestade?
                — Esse é o sheik Al-Khadif, senhor de um terço do sultanato de Omã.
                — Eu suponho que o senhor deva ser seu vizir.
                — Não, sua majestade não é o sultão de Omã, ele é apenas um sheik.
                — Entendo, posso perguntar a razão para vocês dois estarem aqui?
                — Nós viemos fazer negócios com o grupo Texaco.
                — Desculpe a minha intromissão, mas não deveriam ir então para o sul.
                — Nós os encontraremos Los Angeles.
                — Certo, me desculpem a intromissão.
                O homem do FBI caminhou em direção o início da fuselagem quando se deparou com um assombro:
                — Parados todos! Se não eu estourarei os miolos dela — Puxou a aeromoça pelo braço e com uma arma apontou contra a cabeça dela.
                — O que significa isso?
                — Parados! Antes que vocês vejam o rombo que farei na cabeça dela.
                Era ninguém mais, ninguém menos do que o cowboy de Idaho, ele nem era de Idaho, nem era cowboy, ele era um terrorista da Al-Qaeda disfarçado.
                Emergiram outros dois comparsas e como num assombro, o agente engoliu seco sua saliva.
                — Meu deus!
                Era o 11 de setembro o dia marcado pelo medo.
                — URA!
                O jogador russo saltou por cima do terrorista que estava vestido de cowboy e conseguiu imobilizá-lo com seu impressionante peso de quase cento e vinte quilos. Aquilo com certeza imobilizaria aquele cowboy por algum tempo.
                A aeromoça conseguira se desvencilhar do domínio do terrorista e enquanto  os terroristas ameaçavam  destruir o avião com bombas amarradas a si (trazendo um grande reboliço aos passageiros), ela nocauteou com a arma do terrorista os outros dois.
                До свидания, мудак[2].
                O que parece, nem sempre é. O ser mais suspeito tornou-se o ser mais inofensivo e o ser mais inofensivo tornou-se o mais perigoso.





                Essa é minha homenagem póstuma aos que morreram no 11/9, considerando também os milhares de eventos setembrinos que ocorrem todos os dias nas partes mais afastadas e esquecidas do mundo que a mídia criminosamente acoberta (como os milhões na África que todo o dia morrem de fome, sede, guerras e doenças, os milhões que morrem ao redor no mundo da violência perpetrada pela poderosa indústria das armas americana, russa, brasileira. O 11 de setembro é só mais um evento sangrento num mar de sangue. (não estou aqui para discutir se o 11 de setembro foi forjado com auxílio dos EUA,  como os nazistas fizeram com o Reichstag, ou se foi um evento terrorista independente, o que duvido).


[1] Por favor, eu não falo inglês...
[2] Adeus, idiota!




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