sábado, 4 de fevereiro de 2012

Discussão sobre questões étnicas

        O humorista Danilo Gentili em um momento de descontração do twitter disse:

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

         Uma piada divertida se formos seguir um contexto de descontração, mas enfim, as lideranças do dito Movimento Negro não gostaram disso e acusaram o Danilo Gentili de racismo.
Danilo Gentili em foto

          A ONG Afrobras se posicionou contra: 

"Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.
       
          Certo, mas então, eu me pergunto, por que as lideranças negras se levantaram contra o Danilo Gentili? Só por que ele fez uma piada que insinuou num momento de descontração que o King Kong, por ter virado famoso, e ter pego uma mulher, se estava achando um jogador de futebol?

          Isso pode parecer estranho, vindo de mim, afinal não sou racista, mas as lideranças negras ou prejugaram que todo o Jogador de Futebol é negro, ou que a palavra macaco remete a isso; Se for esse o caso, então isso é um racismo da sua própria liderança.

          Danilo Gentili é conhecido por fazer comédia polêmica (tal quanto o Rafinha Bastos e o caso do bebê), tanto que certa vez, Gentili declarou que a população do bairro de Higienopolis (bairro reconhecidamente de população judia de São Paulo) era contrária a instalação de um a estação de metrô no bairro porque, segundo ele:

"Entendo os velhos de Higienópolis por temerem o metrô. A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz."

       Gentili pegou pesado, afinal de contas, o Holocausto é uma ferida ainda aberta no  imaginário judaico (eu sei disso, pois não se esqueçam tem um pouco de judaísmo ainda em mim), Gentili teve que pedir desculpas a comunidade judaica.

        Gentili é humorista e humor as vezes se fundamenta por alguns estereótipos, mesmo os mais simples clichés: Como por exemplo a história da Loira Burra, traduzida no inglês por uma expressão: Bimbo, é sempre aquela história de que loiras naturais são "naturalmente" burras, e que conseguem as coisas a partir de certo favores, de ordem sexual, a homens, ou mesmo mulheres.

        Isso é uma forma de preconceito, pura e simples, mas enraisou no imaginário popular na forma de humor.

        O esteriótipo dos judeus (o qual eu vivencio de vez em quando), surgiu na Idade Média para desacreditar as populações judaicas nas aldeias medievais, uma propaganda até mesmo difundida por alguns membros da Igreja. Sempre ouço histórias de amigos meus brincando com os esteriótipos:

       "Hey, não pega emprestado dinheiro com ele, ele vai te cobrar juros até pelo ar que você respira!"

      "Cuidado, ele ficou com raiva, ele vai te dar uma narigada!" (embora, meu nariz não seja do biotipo comum do  povo judeu)

        Eu brinco com isso, afinal, têm-se que rir dessas coisas, mas eu nem sou tão pão-duro assim (às vezes sou, mas é outro caso), e quase nunca invoco a clássica palavra: Antissemitismo.

        Antissemitismo existe, e ainda é forte, tanto no Brasil quanto no resto do Mundo, não só em virtude do Neonazismo, mas também por causa das ações de Israel no Oriente Médio (tristemente Israel é associada a ideia de ser protetora dos judeus, o que nem sempre é verdade!).

         Quando as piadas consomem uma ótica racista, ou mesmo quando invocam lembranças dolorosas, eu peço para parar, pois são coisas as quais não compactuo.

        Lembro-me de ler por certa vez a Odisseia, num trecho do 1° Canto, em que o Aedo canta os feitos de Odisseu (uma coisa que prejulgava que estivesse morto), e Penelope,  esposa de Odisseu diz:

" Fêmio, canções diferentes tu sabes, que os homens
                                                                              [encantam
gestas de heróis e de deuses, que os vates gloriosos
                                                                              [propagam
Dessas, lhe canta qualquer, e que todos te escutem silentes
vinho a beber. Não prossigas, porém, nessa história tão
                                                                               [triste,
que o coração se me aperta ao peito ao ouvir-te a cântiga.[...]"

         Se uma diverção invoca uma dor, limita-te a ficar calado, pois se remoer tamanho passado, traz a tona
a tristonha dor a quem muito há sofrido!

          Esse tipo de humor é sujo, pois ao mesmo tempo que traz risadas a alguns, traz tristeza a outros. Por isso, Gentili foi infeliz ao fazer tal piada com relação a comunidade judaica.

         Mas isso não quer dizer que ele seja antissemita, comediante em uma piada infeliz talvez, afinal de contas, alguns judeus fazem também humor com algumas coisas do judaísmo: Como por exemplo, Don Adams, o eterno Agente 86.
O agente 86



        Don Adams brincava com algumas coisas do esteriótipo que implantam aos judeus (ele era judeu), ele brincava com algumas coisas, como a pão-durície, o seu personagem era comumente pão-duro. E em um certo Episódio da Primeira ou Segunda Temporada do Get Smart (eu não me lembro pois faz muito tempo qu não vejo), um enviado de Israel vinha para Washington ajudar o espião Maxwell Smart (Don Adams) a prender um agente inimigo, e o agente israelense brincava com a questão de ser judeu, que tinha dois empregos, "agente de serviço secreto e trabalhar uma lojinha quando os negócios estivessem baixos".


        Esse humor brinca com os esteriótipos, mas não é racista.

        Em todo caso, Gentili, voltando a história da piada de jogador de futebol, respondeu as entidades do Movimento Negro:

Segue um trecho de resposta longa:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?" (GENIAL) "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."
          (Continua, logo após a isso)

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afrodescendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos"

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, SOU ÍTALO-DESCENDENTE. ITALIANOS NÃO ESCRAVIZARAM AFRICANOS NO BRASIL. VIERAM PRA CÁ E, ASSIM COMO OS PRETOS, TRABALHARAM NA LAVOURA. A DIFERENÇA É QUE ESCRAVA ISAURA FEZ MAIS SUCESSO QUE TERRA NOSTRA.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia (uma rede de loja de móveis no Brasil, reconhecida por números de  prestações absurdos, liderada pelo Samuel klein, um imigrante judeu-polonês.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café com leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afrodescendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."

         Eu até entendo o fato das lideranças negras se sentirem ofendidas com quaisquer insinuações depreciativas, afinal, ninguém gosta de ser humilhado e ser inferiorizado. Tivemos lutas e mais lutas, movimentos e lideranças (como Martin Luther King, a quem me sinto profundamente influenciado), que lutaram tenazmente para inserir os negros em pé de igualdade na sociedade, lutando contra o preconceito, contra a xenofobia.
Luther King, uma pessoa inspiradora.



Os Estados Unidos enfrentaram uma Guerra Civil para trazer aos negros os direitos que devem se inerentes a todo o ser humano existente na Terra.

Homens e mulheres morreram até terem os seus direitos garantidos por lei, direitos esses que ainda são infringidos pelas classes dominantes.





Mas ser negro, ser negro, não é crime... Ser judeu não é crime... Ser caucasiano não é crime... Ser árabe não é crime... Ser indigena, não é crime... Ser asiático não é crime... Ser racista é.

      Gentili exagerou, por que o próprio humor exagera, o racismo ainda perdura, sabemos nós que até que todos os homens e mulheres percebam que não deve haver distinções entre nós, tudo em que acreditamos será réfem das alienações que rondam o imaginário de mentes, tais como as racistas.

     Marx ensina que todos o homens são iguais, iguais, mas que num certo estágio, uma deformação, os homens começaram a serem subjugados por outros... Cabe a nós como socialistas restaurar o estágio primário e estabelecer em uma sociedade comunista, um mundo em que os homens e mulheres sejam tratados da mesma forma, sem distinção de sua religião, de suas crenças, de sua cor, de seus costumes.

      Pessoalmente podemos ser diferentes, pensar diferente, sentir diferente, viver diferente, mas somos iguais por todos sermos diferentes.

      O humor é uma coisa que desmascara os fenômenos sociais, que inicia uma autocrítica da sociedade, e o papel do comediante é justamente esse, desmascara a sociedade, desmascarar costumes, dogmas, criticar comportamentos; Foi isso que Gentili fez, criticou o comportamento de sermos totalmente politicamente corretos e em vez de tratarmos por igualdade nossos irmãos, acabamos os separando por medo de sermos incorretos politicamente.

       Negros não podem ser excluídos do humor, judeus não podem ser excluídos do humor, brancos não devem ser excluídos do humor... Tajiks da Asia Central não devem ser excluídos do humor, Nórdicos do alto do norte da Noruega não devem ser excluídos do humor, Nativos da Papua Nova Guiné, não devem ser excluídos do humor. Pois a função do humor é brincar, fazer as pessoas rirem e desmascarar alguns tipos de comportamentos em uma autocrítica.

       Agora o que é sujo é invocar as dores para fazer humor, trazer dores, tristeza. Esse é o tipo de humor sujo.

       Eu particularmente para ser sincero, sinto que hoje, os negros estão sendo privilegiados no Brasil (isso no seio da minha inocência), privilegiados pelo próprio governo ao promoverem programas de cotas para que negros tenham vagas nas universidades, cargos no funcionarismo público e et coetera. Isso para mim é inconcebível, se formos considerar todos iguais.

      É a velha história do papai que privilegia o filhinho mais novo numa brincadeira, por achá-lo mais fraco e assim desfavorece o outro filho. Se somos iguais, somos iguais, não há distinção entre nós, todos temos os mesmos direitos e mesmos deveres, e se o Estado promove programas de cotas, inconscientemente ou não, ele está sendo racista.

     É claro, o Estado nunca vai confessar isso, as lideranças negras também não estão olhando a questão por essa ótica, afinal está privilegiando o seu lado.

    Eu não estou sendo racista, afinal, não sou racista, sou socialista, marxista-leninista, que prima a constatar os fatos. Se me inculparem por racismo devo dizer: Sou judeu, mas meu pai também tem traços de negro, tem traços de indio, tem traços de mercador judeu, minha mãe tem traços de portuguesa, de francesa, de espanhola, sipá, traços de tajiks do norte do Casaquistão, russos como parentes distantes, chineses como primos de 14° grau... Porque nós somos um, nós somos um só povo, uma só raça! Nós somos homens! Nós somos seres humanos!

      As diferenças entre nós podem existir, mas em essência nós somos iguais... Alguns aproveitam-se para próprio deleite, para conseguir lucros, ou mesmo saciar suas rixas pessoais trazer rixas a nós, as nós somos iguais.

      Os atritos, as graves questões de conflito entre os povos, entre os indíviduos, entre as etnias, são plantadas pela semente da discórdia iniciada pelos membros que veem-se mais contentes com isso, os elementos que lucram com a brigas, os diabos maquiavélicos que desejam lucrar a todo custo, os elementos podres gananciosos em nossas sociedades.

     Seria generalização forte inculpar exclusivamente os capitalistas, em larga parcela são eles mesmo, mas mesmo indivíduos do proletariado, iniciam suas rixas, por questões pessoais as vezes, por desafetos, por desejar a mulher do próximo ou mesmo lucrar ou se regojizar com a dor do outro, esses elementos são nocivos.

       Com o passar dos séculos, fundamentadas por guerras, por costumes, tradições, ou mesmo pela religião, as sociedades desenvolveram entre si um ódio mútuo, um ódio nocivo, plantado pela desinformação do passado.

       Foi assim que se plantou as questões que hoje assolam o mundo, como o racismo, a xenofobia e as guerras.

      Lutamos hoje para que esses males desapareçam, mas eis que alguns plantam novamente a discórdia ao trazerem o favorecimento de alguns a sociedade, tal como a questão das cotas. Isso porque querem sabotar o projeto de todos serem iguais para favores a alguns indivíduos desfavorecidos ou não, de modo a criar mais intrigas e adversidades.

       Deixo por claro que sou contra as cotas por esse motivo, pois além de plantarem a discórdia, priveligiar alguns, não soluciona a questão, não dá a todos os indivíduos, o direito de serem tratados como iguais.

     Em término a essa discussão, declaro que o racismo, a xenofobia devem ser eliminados junto com os indíviduos que plantam a discórdia nas classes laboriosas e na sociedade como um todo. Denuncio desde já que o racismo perdura, que  os neonazistas ainda estão vivos, e que qualquer tentativa de beneficiar alguns individuos fundamentará apenas as adversidades e as revoltas.

       "Trabalhadores do Mundo, uni-vos!" Declarou Marx no texto final do Manifesto Comunista, pois digo, trabalhadores, pessoas, indivíduos, unamo-nos na justa causa da igualdade e da fraternidade!

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