Nessa última semana ficamos estarrecidos com o que sew passou nos noticiários como um todo. Os crimes de intolerância estão ficando mais visíveis ultimamente.
Não que não existissem, sejamos claros, existiam, mas agora temos a sensação de que estão crescendo, visto que numa única semana foram presos três acusados por intolerância racial e religiosa, dois em Brasília e um França, das quais, nos ataques em Toulosse essa semana tivemos o mórbido saldo de três mortos (seriam quatro, mas nao considero um só dia que o assassino tenha sido uma pessoa em algum dia).
No Brasil, mais específico em Brasília, um grupo de neonazistas (talvez seja o termo mais aplicável nesse caso) realizou meses atrás ameaças a um deputado federal, reconhecidamente homossexual, e ameaçou aindao Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, ameaçando entrar com metralhadoras no campus e cometer uma bárbarie similar ao Massacre de Realengo (no Rio de Janeiro).
Eu tive a infelicidade de ler o blog do infeliz que incitava tais ideia, que atendia pelo nome de Silvio Koerich, um nome notadamente falso, visto que as ideias que ele propagavam já figuravam crime. Além de ameaçar as lésbicas (a quem ele associava ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade), os gays, ele possuia realmente uma postura realmente machista, que chega a assustar qualquer ser humano normal.... Incitando a violência contra as mulheres, a quem enquadrava como "imorais", mas ele mesmo era imoral, tendo em vista que ele era a favor da pedofilia.
Esse infeliz numa postagem incitou uma chacina às lideranças feministas, mas o pior de tudo isso foi que ele publicou uma fotografia de uma mulher, nua, com a cabeça decepada. Eu fiquei realmente chocado com tudo isso.
Milhares de denúncias partiram à Polícia Federal de todos os cantos, e o mentor desse crime começou a ser investigado, enquanto isso as ameaças ao campo univeristário perduravam... Talvez tenha sido por esse motivo, mesmo numa eleição que julgo ter sido fraudulenta, que foi aceita a entrada da polícia militar no Campus Universitário.
Dessa vez tivemos a sorte desses infelizes terem sido presos a tempo.
Nessa quinta-feira, os dois responsáveis por esssas atitudes foram presos. A dupla, segundo policiais, teria aconselhado Wellington Oliveira, o assassino de 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio, em 2011.
Outro detalhe importante a sustentar a tese da existência de uma rede terrorista é o fato de que os dois dispunham de 500 mil reais em uma conta bancária.
Um dos responsáveis por propagar tais ideiasis, estava sendo alvo de investigação pelo Conselho Disciplinar Permanente da UnB, onde cursava Letras, devido ao seu envolvimento em conflitos raciais. O processo ainda está em andamento e tramita de forma sigilosa. Por não ter frequentado mais a universidade durante dois semestres consecutivos, esse infeliz perdeu sua vaga em 2006.
Agora, o seu companheiro de crime, segundo a Polícia Federal, tera participado de assassinatos na capital paranaense. A motivação de todos os supostos homicídios, até agora sem autoria, seria a intolerância. Se for comprovada a cumplicidade de Rodrigues nos crimes, ganhará ímpeto a veracidade do plano da dupla de matar alunos a cursar faculdades de Direito, Comunicação e Ciências Sociais da UnB. Os ataques se dariam em uma casa de eventos.
Isso comprova o que eu digo a tempos, o nazismo está mais forte do que nunca (ainda não mais que em 1938 é claro), a intolerância perdura, e mesmo em sociedades ditas "democráticas" e ditas plurais, sem preconceitos (alguns têm a audácia de dizer que no Brasil não há preconceito!), isso anda acontecendo.
Não vou enfatizar a temática psicológica que envolve um maníaco como esses, por três motivos:
1) Não tenho estudo sobre Psicologia para isso;
2) Não me interesso em perder tempo em estudar uma mente doente como essa;
3) Essa é mais chocante. Eu sou a favor da pena pérpetua para crimes de intolerância (na verdade sou a favor da pena marcial, mas eu não estou aqui para propagar a defesa da pena de morte).
Agora na França, parecemos assistir não só o problema dos grupos neonazistas, mas também grupos do fundamentalismo islâmico, visto que nos últimos anos a sociedade francesa, sob Sarkozy, tem vivenciando um sentimento anti-islâmico para contra as populações imigrantes. Não só na França, na Alemanha também, com os turcos, mas na França é mais grave, pois além da França (mesmo sendo um bastião revolucionário), ter membros da sociedade bastante conservadores, ela assenta uma das maiores populações religiosas na Europa de judeus e islâmicos.
A França, desde a ascensão do nazismo na Alemanha, talvez antes, se tornou um local para onde as populações judaicas procuraram refúgio de suas perseguições (A Inglaterra foi mais, mas a Frnaça tem um número considerável).
Além disso, desde a virada do século XIX, a França ocupava colônias territoriais no Norte da África, onde notavelmente as populações são islâmicas, e com os movimentos de Descolonização no meio do Século XX, notavelmente na Argelia, muito membros dessas sociedades acabaram seguindo para a França, continuando a manter suas religiões e hábitos religiosos.
Não que eu esteja dizendo que só porque o cara é islâmico ele tem que ser terrorista, não é nada disso. A questão é que na França, tal como em outras sociedades européias, observa-se um sentimento de aversão, por vezes figurando a xenofobia declarada, para com as populações imigrantes, mais ainda em períodos de Crise, como a qual vivenciamos... Os franceses se vem "roubados" de seus empregos, pelos imigrantes, ocupações que antes nem se davam ao trabalho de procurar.
Isso já é um fator que torna a situação complicada, outro fator é o Governo Sarkozy, mais em específico mesmo, restringir ainda mais a política de imigração francesa, dificultando assim a entrada de mais imigrantes na França, o que reconhecidamente frustra a vida de muitos membros da comunidade islâmica.
Além disso, mesmo a França não ter se envolvido nas Guerras Americanas do século XXI com força (até porque a França tem um histórico de perder guerras respeitável), ela continua sendo um aliado importante dos Estados Unidos, o que para algumas organizações terroristas é um fator mais do que fundamental para deslanchar um ataque terrorista.
Agora, conciliando isso à visão de Bauman sobre a sociedade atual, observamos que não só a perda de empregos está fundamentando algumas ações dos jovens na Europa, mas não só isso, há também o fator de que numa sociedade de consumo como a nossa, por vezes, quando as pessoas são terminantemente recusadas do papel imposto pela sociedade, consumir, elas iniciam ações para se mostrarem na sociedade individualista. Isso também é uma possiblidade, mesmo que remota.
Em todo caso, em Toulosse observamos por dois ou três dias, a existência de um assassino em série misterioso que propagava terror e sangria no Sul da França, o caso mais marcante talvez tenha sido o ataque à escola judaica, na qual morreram um professor e seus dois filhos. Isso me encheu de revolta, afinal, querendo ou não, são o meu povo.
Em todo caso, na quinta-feira mesmo, os gerdames, a polícia francesa, montaram um cerco ao apartamento do atirador de Toulosse e iniciaram as negociações...Negociações frustradaas quando o atirador tentou fugir e levou um teco na testa.
Querendo ou não isso mexeu com a sociedade francesa, e agora os candidatos mais reacionários, contrários aos imigrantes, estão mais em voga. Mas a questão que mesmo tenha acabado, uma coisa não encaixa: as duas primeira vitimas desse atirador não são judias, são muçulmanas. Então, por que esse camarada faria isso com sua gente?
Talvez seja porque os muçulmanos não sejam esse grupo todo homogêneo e antagônico a nós quanto os Estados Unidos pintam, e Israel também, os muçulmanos têm radicalismos sim, assim, como os cristãos e os judeus (existem terroristas judeus, sabiam?). A intolerância não é restrita a uma religião, mas é geral à todas (exceto às religiões mais orientais, como o Budismo).
A intolerância é inerente à sociedades com diferenças marcantes, na qual os individuos não se vem iguais aos outros, e se tornam estranhos entre si, pois o individualismo que vivemos gera um egocentrismo no qual o eu (ego) se sente mais poderoso que o todo e assim superior.
Não vou dizer também que no marxismo não tenha isso, pois na verdade tem sim, mesmo que em menor grau, pois as pessoas, como individuos amorfos e imperfeito não compreendem que não é pela semelhança que somos iguais, mas sim por nossa diferença. Pois a única coisa que temos iguais é por sermos seres humanos, e por sermos humanos somos iguais.
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