Jihad é o termo de origem islâmica que remete a idéia de guerra fundamentada pela religião, uma dita "Guerra Santa". Esse termo pode parecer estranho aos olhos de um liberal total, ou de um pequeno-burguês alienado, mas é o que assistimos ultimamente na mídia televisionada de massas.
A Jihad televisionada |
Devemos fazer uma reflexão sobre o panorama social e político a cerca de um tema que parece ser indiscutível para alguns brasileiros mais ferrenhos: Religião.
O senso comum, esteriotipizado, sobre o brasileiro diz que: O brasileiro tem que ser uma mistura de Zé Carioca e Neguinho da Beija-Flor, andar como um maladro de chapéu Panamá na Lapa, tocando a viola enquanto vê a mulata passar. Religioso só na Igreja, católico na essência, vai no terreiro de umbanda, porque adora rezar. Não gosta de política, vive na curtição, mas quem a chance, comete corrupção. Eis a imagem que alguns têm do Brasil.
Pelo esteriótipo deviamos ser igual o Zé Carioca |
Esse esteriótipo é cheio de erros, mas a despeito de todos, o mais marcante é, brasileiro não é mais obrigatoriamente católico. O papa pode vir, conta suas bulas em Latim, mas quem que ouvir, não é tanto assim. Agora paro de fazer rima, e vamos para crítica.
Assistimos desde a década de 1980 um crescente números de pessoas que decidiram abandonar o catolicismo romano a fim de encontrar outra fé... Assim, observa-se um crescente número de fiéis na Igreja Protestante (se podemos chamá-lá assim).
Isso é em virtude de que por muito tempo a Igreja ficou a margem dos problemas sociais, apoiando inteiramente as bula Papais do Vaticano, mas assistimos na década de 1970 um crescente empenho dos religiosos da Igreja em peitar o poder militar e tentar solucionar os problemas sociais, mais em específico nas nascentes favelas.
Era a Teologia da Libertação, da qual muitos movimentos, como a Pastoral da Criança acabaram nascendo. O poder ditatorial não via com bons olhos a isso, enquandrando absurdos agora, como "padres comunistas", torturando-os e os prendendo. Os cardeais e clérigos de alto escalão da Igreja, omitiram-se de manifestar-se contra os excessos da Ditadura (Houveram exceções como Dom Helder Câmara), e muitos religiosos tiveram impostos votos de silêncio pela própria Igreja.
A Teologia da Libertação |
Ainda observa-se que alguns indivíduos da sociedade, religiosos ferrenhos, tentando moralizar a sociedade à sua maneira, iniciam movimentos religiosos, fundando Igrejas Evangélicas nos setores periféricos das cidades. Não sei dizer se inicialmente houve algum idealismo nisso, de que eles queriam salvar a todos desse "mundo de pecados", e levar todos os crentes ao "Paraíso", ou se eles já queriam aproveitar desde o ínicio o potencal econômico junto à fé.
O que observamos é que pseudo-moralistas comedores de Bíblia começaram a pregar em altares improsados em comunidades pobres, para as massas sem muito consciência coletiva, era expansão da fé.
Uma Igreja numa comunidade carente |
Além disso, observamos no comparativo entre as Igrejas Católica e Protestante, para que os pecados sejam perdoados, no catolicismo, é preciso rezar quantas orações o padre pedir e arrepender-se de seus pecados, em alguns casos, na Igreja Protestante, observamos que basta pagar uma quantia para garantir seu lugar no reino dos Céus.
No catolicismo, a profissão mais tensa e perigosa com certeza é a de Coroinha, pois afinal de contas é o coroinha que fica mais perto do padre, que por ventura tiver predileções pederastas, acaba abusando de seu assistente clerical. Nota: Nunca seja coroinha!
Os recentes casos de pedofilia (não tão recentes assm) na Igreja, fundamentaram a evasão de alguns fiéis da Igreja Romana para outras entidades religiosas.
Além disso, devemos considerar que muitos católicos sequer eram religiosos, diziam-se católicos apenas por convenção social, mas na prática, estavam envolvidos em uma devassidão e comportamentos ditos imorais que associavam a sua própria falta de fé. Assim, num dado momento, decidem-se purificar de alguma maneira, quando a consciência pesa, e decidem-se converter ao protestantismo.
A eterna briga |
Outros só se convertem mesmo porque a família inteira se converteu ou mesmo se convertem para ficarem mais próximos de pessoas com quem queiram ter maior intimidade, ou no pior dos casos, para se despontar como falsos moralistas.
Entendemos que a prática do Dízimo (que geralmente era dar 10% do seu salário) que alguns pastores dizem "agradar ao Senhor, no Reino dos Céus", reside uma grossa cadeia econômica que não só suporta a Igreja, mas também uma cultura de ícones.
Enquanto pensam em salvação outros pensam... |
Parece estranho, não é mesmo? Afinal de contas, o protestantismo é contra a adoração de ícones em muitas coisas (a começar que não tem santos), mas quando observamos mais a fundo a estrutura em torno do Dízimo entendemos isso. Pensem comigo:
O Dízimo é um meio de agradar a Deus "ao fazer suportar sua casa aqui na Terra", onde você é coagido a dar dinheiro a D'us por uma questão moral, afinal ele deu a sua vida, construiu o Céu e a Terra, tudo em sete dias, e para lá tal. Mas a questão é que D'us criou tudo certo? D'us é dono de tudo, certo? Então pra quê ele precisa de dinheiro, se ele tem tudo?
Encontramos um paradoxo nessa concepção do dízimo, pois se D'us tem tudo, ele perfeitamente pode financiar a sua atividade na terra com as posses sobre todo o Mundo.
Dirão alguns que o dinheiro não é para financiar a Igreja, mas apenas serve para mostrar a sua devoção a D'us, na qual os homens devem mostrar a sua fé na forma de dinheiro.
Vemos aí uma forma estranha de sacrifício no cristianismo... Isso mesmo, uma hecatombe a D'us, na qual se dá o seu dinheiro, fruto de seu árduo trabalho, para ostrar a sua fé ao Senhor.
Os cristão vêm como atrasado, o sacríficio de pessoas na sociedade Asteca para saciar a fome dos Deuses, viam como atrasado, o sacríficio de animais ao fogo pelos gregos aos seu Panteão de Deuses, e viam-se enojados quando os judeus imolavam seus cordeiros a D'us, mas eles próprios promovem o seu sacríficio a D'us, ao sacrificarem o seu próprio dinheiro. Vemos o cristianismo como uma religião tão"primitiva", como alguns etnocentricos usam, quanto a religião asteca, helênica, ou judaica.
Mas então temos um problema. O que é feito com o dinheiro? É jogado numa fornalha para que a fumaça de seu papel-moeda chegue às narinas de D'us, tal como os gregos faziam com os ossos dos animais mortos em sacríficio a seus deuses? Não, o dinheiro é utilizado, mas não só para reformar as Igrejas, mas para pagar funcionários de D'us, que sequer foram empregados por ele pessoalmente, e para adquirir novas filiais mundo afora.
O sacríficio de dinheiro |
O cristianismo hoje é uma religião capitalista, afirmo isso botando minha cara à tapa, onde Igrejas, como as famosas Igrejas Universal do Não sei mais contas, Igreja da Graça de Pelourinho, Igreja Mundial dos Açores e Terras Além Mar, compram terrenos em territórios antes inexplorados por suas correntes, tal como Ucrânia, China, Casaquistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uganda do Sul, Sudão do Norte.
"O que vamos fazer agora, Cerébro?" |
Se eu fosse esquisfrênico com mania de perseguição, eu diria que há uma conspiração Mundial encabeçada por essas Igrejas que tenta dominar o Mundo!
Pois bem, depois disso tudo, vamos ao que observamos nessa semana na Imprensa.
A Rede Record de Televisão, de propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus, que para fins legais é de Edir Macedo (ele diz que é de Deus, mas Deus não paga Imposto de Renda), publicou em materia especial em seu telejornal de Domingo, "Domingo Espetacular" (Que originalidade!) acusações exibidas na semana passada, baseando-se em documentos e registros em cartório, que o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (concorrente), Valdemiro Santiago, tinha usado o dinheiro da Igreja para adquirir uma porção de terras no estado do Mato Grosso.
Valdomiro Santiago, pseudo-apostólo profissional |
Isso não foi lá uma atitude autruístra da Rede Record, porque ela vem há tempos, sendo acusada pela Rede Globo de Televisão (uma rede concorrente de alguma importância no cenário nacional) de utilizar dinheiro dos fiéis para adquirir propriedades em nome dos membros de sua Igreja, incluindo Edir Macedo.
Isso se arrasta desde 1992, quando Edir Macedo foi preso por falsidade ideológica, e a sua Rede d Televisão e sua Igreja perduram a ser investigadas pela justiça (isso se arrasta há 20 anos!).
Um bispo preso |
A Rede Record sazonalmente pisa no rabo preso da Rede Globo, ao lembrar o seu passado da Ditadura, e das fraudulentas negociações que Roberto Marinho, patriarca dessa rede, já falecido, obteve junto ao Governo Militar para liberar a concessão de sua rede de televisão na década de 60.
Se já era ruim assim, ainda tem como piorar |
Pois enfim, continuemos, a Rede Universal do Reino de Deus vem sendo constantemente balançada por acusações de desvio de dinheiro do Dízimo de seus fiéis para adquirir suas propriedades mundo afora e ostentar suas regalias.
Assim, obsevamos um número crescente de fiéis abandonando a Igreja Universal em busca de redenção, em outras Igrejas, onde pelo senso comum são mais "morais". Assim, mesmo que devagar, a Universal vem perdendo fiéis, alguns deles indo para a Igreja da Graça de Deus e outros para Igreja Mundial.
Não estranhem isso, o Brasil tem no mínimo umas cinco mil igrejas protestantes diferentes cada uma da outra.
Pois enfim, a Rede Record, suportada pela Igreja Universal, iniciou anos atrás uma cruzada contra a Igreja Renascer, ao expor acusações aos membros fundadores da Igreja, que tinham entrado em Miami sem ter declarado o dinheiro e acabaram presos.
Esses dois bispos acabaram presos nos EUA |
Por um mês inteiro, a Record divulgou investigações (verídicas ou não, eu não sei o conteúdo dos documentos) nas quais acusavam os bispos da Igreja Renacer de desviarem o dinheiro de sua Igreja para fins próprios, corrupção.
Com os incessantes ataques, a Igreja Renascer se viu-se desmoralizada, e a Igreja Universal despontou como a moralmente justa e tal.
Isso ainda não está resolvido, tanto que a Globo e a Record se odeiam até hoje.
Pois então, a Record enfim teve a possibilidade de bater numa Igreja menor que a Igreja Universal, a Igreja Mundial do Poder de Deus, na qual lançou na semana passada acusações ferrenhas contra o dito apóstolo Valdemiro Santiago, o qual teria comprado duas fazendas no Mato Grosso com dinheiro vivo e desviado da igreja.
A denúncia contra Valdomiro
Eis que Santiago nega as acusações. Em sua primeira entrevista desde o início das ataques pela Record/Universal, ele afirmava que as fazendas não são suas, mas da igreja, contudo as fazendas apresentam o seu nome na escritura.
Não to falando nada |
Além disso, Santiago, anteriormente havia alegado que outro cara, talvez um homônimo, teria comprado aquelas terras e que a Rede Record estaria manipulando tudo, mas quando se revelou numa fotografia que o religioso estava na cerimônia de compra da fazenda, fazendo um churrasco para comemorar a compra, a situação alterou-se.
Santiago desafiou a Record e Edir Macedo a abrirem suas contas a uma auditoria externa e independente. "Eu abro minhas contas, quero que sejam investigadas. Quero ver se ele (Macedo) faz o mesmo. Quero ver ele (sic) provar com que dinheiro comprou a emissora dele", declara, em entrevista exclusiva.
Procurada, a Record informou, por meio de sua direção de Comunicação, que "a emissora e seu principal acionista, Edir Macedo, já foram vítimas de várias acusações levianas como estas que acabaram arquivadas no Supremo Tribunal Federal
"A igreja (Mundial) comprou a fazenda. É legal isso. A fazenda é da igreja e tem documento para provar", afirmou Santiago. "Mas, se eu quisesse comprar fazenda, eu teria recursos. Você está vendo que eu tenho recursos (aponta para a parede com vários discos de ouro, platina e diamante; na parede, somam cerca de 5 milhões de cópias que ele vendeu como cantor).
Eu fico me perguntando, quem compraria um CD desse cara, mas tudo bem, há gente que escuta Restart e Justin Bieber ao vivo.
Pois agora, depois dessas trocas de acusações, lanço a minha:
Je Accuse
Je accuse as massas por se deixarem enganar por alguns ditos religiosos que nada mais fazem do que incentivarem a doação de enormes quantias à suas Igrejas enquanto observa-se profundas acusações contra si.
Je accuse a justiça por não se apoiar em investigar tais denúncias de modo transparente, de modo que permite que tais investigações possam ser efetuadas em segredo de justiça, por trás dos panos dos verdadeiros interessados, a sociedade.
Je acusse a Receita Federal e o Estado não se empenharem em tomar parte numa política fiscal na qual sejam cobrados impostos de tais associações como qualquer entidade com fins comerciais, tal como transparece na realidade.
Je acusse a sociedade brasileira por se calar diante de tal ignonímia e suportar que tais acusações saiam impunes com o passar do tempo.
O ponto máximo do Je acusse é o mais polêmico, eu acredito que ambas as instituições religiosas possuam corrupção dentro de suas associações, tal como a Igreja Católica, pois mesmo não tendo provas não basta ser muito inteligente para ver que as propriedades adquiridas por membros dessas sociedades clericais sejam incompatíveis com as rendas declaradas e imaginadas por membros religiosos.
Cabe a vocês decidir o que devem fazer, mas eu sei o que eu sou, não me deixo iludir por tais pseudo-messias que aparentam bons moços, mas que na verdade usurpam o nome de uma religião.
Se Deus existesse, ele não deixaria que tais pronassem seu nome tão gratuitamente por dinheiro.
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