quinta-feira, 8 de março de 2012

Um estudo da atualidade de Bauman




     Zygmunt Bauman, grande sociologo polonês foi entrevistado por uma rede brasileira a cerca dos acontecimentos da Europa e fez uma análise concreta sobre o presente. Sobre quais perspectivas podemos esperar da sociedade Pós-Crise.
Ficheiro:Zygmunt Bauman by Kubik.JPG
Bauman em foto




          Em um estudo bastante interessante, Bauman avaliou que os distúrbios na Inglaterra, no ano passado, particularmente em Londres, são não verdade um produto dos individuos de uma sociedade de consumo que desqualificados quanto ao poderio econômico, com o desemprego e dívidas batento à porta, se revoltaram contra o sistema capitalista e inseriram "por três dias" na sociedade de consumo, promovendo saques à lojas e shopping centers, e vingando-se da perversão com que a sociedade de consumo os encarava, quando não tinham como consumir, ao depredarem os edificios comerciais nos subúrbios de Londres.







         Bauman, num dado momento, atinge um ponto que acho muito importante, e que avalio, pessoalmente, que é presente ao nosso tempo... A questão é que hoje, no nosso tempo, as pessoas, tão acostumadas à sociedade de consumo, acostumaram-se a não pensar em mudar o mundo, não por pensar, como outras gerações, na clássica questão: "O que fazer?", mas com uma questão pior: "Quem vai fazer". Não há um ativismo expontâneo do individuo em tomar para si a liderança dos movimentos e acaba achando-se alheio à uma transformação social.


         Zygmunt Bauman ainda é mais enfático ao declarar: "nós hipotecamos o futuro", quando os governos europeus estabeleceram pacotes de austeridade econômica, os quais, segundo Bauman, não resolverão o problema da crise. Bauman também rejeita a ideia de maior emissão de papel moeda, pois logicamente, como sabemos, isso gera inflação (o Brasil teve dezenas de experiências assim, que remontam desde o século XIX), e inevitavelmente iria nos levar ao patamar da década de 20,30 do século passado.


O passado de 20

       Ele critica muito também a publicidade que está tornando a vida privada nos sistemas de compartilhamento social, tal como o Facebook, Blogger e afins... E o ponto que ele usa é bem forte, ao dizer que nós, blogueiros e afins, sentimo-nos confortáveis e imersos na sociedade quando recebemos um comentário ou estabelecemos uma discussão, porque nós nos sentimos integrantes da sociedade de consumo. Ele está certo, a psiquê de um blogueiro passa perto disso mesmo.
Não à toa que o Facebook é uma rede social


         Bauman acredita mesmo que estamos perto de uma revolução cultural ao incorporarmos o pensamento consumista em outros meios sociais, tal como a família, na qual, sentimos moralmente satisfeitos quando compramos coisas caras ou afins. Para ele não há mais o distanciamento de trabalho e lazer, contudo, ele mesmo argumenta, ele não se acha bem apto para fazer um estudo detalhado disso, pois ele acredita não ter instrumentos capazes para uma análise mais detalhada, explicitada no ponto do "interegno" que ele explica em minuncias, citando Tito Livio.


       A seguir a entrevista de Bauman, é muito interessante por sinal, parece que ao ouvi-lo, eu estou conversando numa roda de bar com os meus amigos sobre sociedade, história e projeções do futuro, um batepapo realmente interessante. (em inglês, com legendas em português)


         

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