sábado, 3 de março de 2012

Especial: Propaganda Soviética (III)

       Uma lição não aprendida


      Esse é o título de um desenho animado de propaganda dos anos 60-70 que aborda um assunto em especial do imaginário soviético: O possível retorno do nazista.

       É sabido que durante a Batalha de Berlim e mesmo com o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos oficiais nazistas conseguiram escapar do seu destino (como Eichmmann por algum tempo, e  Mengele, que acabou morrendo no Brasil de velhice) se passando por doentes e indo para o lado dos Aliados, mascarando suas próprias identidades.

       Sabido também é que se os nazistas caíssem nas mãos dos soviéticos era adeus, tchau tchau, bem vindo ao Gulag, ou mesmo seriam fuzilados na hora (e até não seria tão errado assim acabar com os nazistas), mas com os Aliados, poucos nazistas foram julgados e fuzilados (ou enforcados), só mesmo os altos funcionários e o Eichmmann que teve que ser sequestrado pelo Mossad para ser julgado em Israel.

     Por muito tempo os oficiais nazistas foram mantidos em prisões, com certeza com melhor conforto que as soviéticas, e após algum tempo acabaram sendo soltos na sociedade civil alemã... É sobre isso que a animação vai tratar.


       Sim, esse filme mostra que os nazis reintroduzidos após a Segunda Guerra Mundial plantaram a discórdia entre o povo alemão e a União Soviética, mostrando que o Muro de Berlim era uma proteção da RDA (A parte socialista alemã) contra a expansão nazista, e que eles queriam reintroduzir as fronteiras alemãs de 37 para reiniciar o militarismo alemão.

       É sabido que esse filme não é nada parcial, tanto que mostra que o Tratado Germano Oriental-Soviético era uma proteção para a Alemanha, uma grossa mentira é claro. Mas o próprio desenho mostra como era o imaginário do governo soviético da Era Brejnev (a dita Era de Estagnação) e da sua parceria com Honecker (ditador da RDA, tão devasso quanto Hitler para sermos sinceros), além é claro, sendo uma crítica a Alemanha Ocidental e também aos velhos aliados.


PS: Não preciso dizer que isso também tem um pouco de critica à Igreja, e à proposta de alguns alemães de reaver Königsberg, que virou território soviético, sob o nome de Kaliningrado (até hoje pertence à Rússia) e outras.

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