Na longa epopeia de espírito lusitano tece o pequeno e delicado tecido de pano trabalhado. Vigor tomado de licor acabado, na longa conjectura da Hemingway Street quem toma Pessoa por nome rima como condenado, e na lira sem nexo procura trazer lógica ao desleixo musical da sinfonia gramatical.
Gigante Adamastor é o malgradado dicionário que de maneira tão tristonha foi abandonado num imenso rochedo de desolação e de falta de conhecimento, cego de um olho, Camões, enquanto deixava a amada se ensopar nas águas salgadas, esqueceu-se de olhar para o deleite de covil ardil no panaceia tropical chamada Brasil, sabe-se que Portugal tem olhos para o Mar e mesmo assim não é de admirar que Camões se fez cegar ao enxergar a onerosa lógica de se ignorar as letras e as ciências.
Do Tejo a Alegrete, escusado será dizer que na vinha coral afaga-se o âmago cultural e científico de uma simples questão vertical: quem me entende, entende; quem não me entende, que se entenda.
Bruta prática filósofica de ignorar tudo à sua volta e o niilismo pontual tomaria de arrepios os longos e amaranhados fios das longas barbas retrançadas do velho Friedrich, que só tinha no nome um vernáculo imortal: Nietzsche.
Niilista puro, era tão niilista que chegava a odiar o próprio niilismo. Anarquismo teórico de vigor errático é pensar que a despeito disso tudo o fosso mediático do âmago das letra toma tais formas que a total negação do estudo é uma forma de protesto.
De total forma termino na lontra portenha o trio do pensamento: ler, ouvir, sentir. Nas profundas águas do mar salgado se esconde os mais fracassados navegadores e contornam o Cabo das Tormentas aqueles que enfrentarem corajosamente o gigante Adamastor, para enfim chegarem às Ilhas dos Prazeres portugueses.
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