Veja como essa pequena borboleta circunscreve bem aos seus olhos tão delicado voo. Veja como ela tão delicada pousa em sua mão e confia em seus dedos, ela é tão bela, tão singela, quanto nenhuma criatura antes conseguiu ser. Não entendo porque passa tudo tão depressa, ontem era um dia normal, hoje já não é mais, vive-se por relógios e horários e ninguém pára um só momento para pensar nas coisas bonitas da vida.
Talvez por isso esqueçam quão belas são as músicas no rádio, de se virar quando vêm belas moças de cabelo vermelho ou simplesmente de um azul tão sedutor quanto o céu do Planalto Central. As pessoas deixam de se divertir com o modo com que a chuva cerrilha do céu e gera poças no asfalto.
As pessoas são tão frívolas, parando para pensar, consomem-se em vias de falsidade enquanto esquecem de que nem tudo é eterno, tudo é passageiro e nada poderá mudar esse momento, tanto melhor, são essas pessoas que perdem o seu tempo no rigor acadêmico, em conversas sem sentido e numa vida pautada pela inveja da qual nem teimo mais participar. A essas pessoas me afasto, assim como de paixões antigas e passistas de Carnaval.Tudo que veio se desmancha como pó no ar e é tão gostoso pensar dessa forma.
Meu avô dizia que nada pode ser eterno para sempre a não ser a honra e a justiça; Espero que ele esteja certo, não há maior vigor do que viver dessa maneira, e justiça seja feita, pessoas frívolas só tomam nosso tempo. Levanto-me hoje para perseguir essa borboleta, que de tão delicada, rascunha minha lira, não que sinta raiva disso, me diverto quando ela toma a bebericar o meu chá e uma valsa de Chopin toca no gramofone.
Arte pela arte? Eu não sei dizer, nunca fui fã de tais prosas tão parnasianas, entretanto não quero continuar de onde parei, quero continuar de onde comecei. Assim a vida é transitória tal como uma borboleta que quando o Inverno chega morre congelada de tanto frio. A primavera acabou e o meu amor levou...
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