Acho covardia o modo como me olhas com seus olhos glaucos cor de espinafre, por meio dos óculos e da fumaça do cigarro. Olha-me com curiosidade ao mesmo tempo que desprezo, cuidando para moderar suas palavras, mas tentando sem querer conquistar esse coração desvalido.
Acho uma grande covardia na verdade e serei forte para resistir a ela. Sempre fui a favor da Résistance e resistirei a você nessa hora, não será olhos lívidos que me conquistarão fácil, nem sua timidez camuflada nas conversas, nada disso me intimida; Apaixono-me mais por ideias e palavras do que por belos pares de olhos e um sorriso meio discreto.
Você tenta ser encantadora e eu fujo de você com toda a vivacidade que eu consigo ter, das situações casuais e cotidianas; Não quero me prender a você, garota, tal como prendi a outras antes de você. Não me conquistará com os seus belos óculos e o seu jeito meio desengonçado a que acho sedutor. Não vou cair nos seus braços como um paraquedas filosófico.
Não quero você e não me seduza com os seus olhos, "sou bravo, sou forte, sou filho do Norte". Bela vida a ti, querida Evita, ( brincadeirinha) mas puxe seus olhares aos outros que tentam se esconder nas fracas armaduras de palavras e discursos; São discursos vazios e nada como um tracejar de cabelos, como você bem sabe fazer, para arrebatar vários corações.
Prefiro que outra mão brinque com suas covinhas nas bochechas do que as minhas, sei que você me causará problemas justo numa hora que os problemas se tornam tão sedutores. Puxe mais uma baforada de seu cigarro, entupa seus pulmões de fumaça, mas não me venha com esse olhar tão desinteressado que chega a ser apaixonante. Tire-me desse olhar, cara M., que não consigo completar o seu nome pois o esqueço quando a vejo olhar a minha maneira de portar: Um tanto desengonçada e arrogante, bem como eu gosto de ser.
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