Longe de mim se conserva meu amor de maneira fluida na sofrasia das palavras, se apaixona pelas palavras de pedagogos de ensaio e pensa na vida de forma tão inconstante que é deveras estranho pensar nessa sua característica mais angelical.
Não, não era angelical. Mas mesmo assim conservo-lhe algumas emoções, confesso, embora eu fique hoje calado. Melhor assim, nesse maldito jogo emocional não é conveniente expressar tudo o que se pensa, tal como o pôquer é um jogo bastante irritadiço.
Perto de mim, conservam-se as lembranças. Lembranças felizes e tristes, penso que nem tudo foi tristeza, baixo a cabeça quando lembro das besteiras que cometi, mas continuo caminhando. Meus pés hoje são livres e não mais dançam por ela.
Se às vezes sinto culpa? Claro que sim, mas deixo-a bem para trás. A culpa é um fardo muito grande frente aos livros que tenho que carregar dali para cá todos os dias. Prefiro me dedicar a escrever algumas páginas sozinho enquanto observo a vida passar de maneira melancólica sentado na cadeira do meu escritório.
Deixo a tristeza e a depressão um pouco de lado. Puxei o meu colarinho de lado quando percebi que quase estava apaixonado de novo, felizmente, como tudo nesse mundo, tudo se cura quando se previne. Sim, essa é uma tiragem pessoal, mas não há nada de anormal, logo depois escreverei uma postagem bem racional para compensar essa tomada filosófica enquanto penso em seu sorriso angelical. Bem, ao passado deixo as teias das aranhas.
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