Um dia você me perguntou: "Por que você me ama?". Por que você faz tantas perguntas? Não tinha uma resposta no momento, brinquei com o meu cabelo, como toda a vez faço quando me sinto desconfortável (você entende o porquê), e tentei esboçar uma resposta. Na verdade, a gente não sabe porque ama.
Amar é deixar de ser lógico, é negar sua própria arrogância e o seu amor próprio, é se rastejar pelos cantos. Não há nada de belo em amar, tudo isso é mentira. Não é conveniente responder todas as perguntas, mas também não gosto de deixar dúvidas suspensas no ar.
Nada mais de amar, o amor é o ópio dos apaixonados, o carvão da inconsequência e a opulenta voz do coração. Retira toda a graça de viver, retira-nos o humor com belas histórias, e tudo o que eu pensei era o amor. Tolice, nada mais amargo do que borra de café.
O estresse é alto demais, traz fios brancos à cabeça e um pesar no peito. O álcool não é o mais santo dos remédios mas cura a maior parte das doenças. Eu estava doente da cabeça quando decidi me apaixonar; Isso simplifica muito as coisas, anárquico como eu sou, devia saber que não sirvo para viver sob padrões, eu amo ser independente e nada há de mal em ter esse amor.
Nada mais dessas coisas, uma garrafa de vodka e um bando de jovens senhoras ao meu lado. Nada mais me importa. Nem mesmo as noites frias, das quais sinto falta de companhia, os rigores da vida, nada devo sentir senão o próprio desconforto de viver com tamanha calmaria. Eu tentei te dizer porque eu te amava, mas a verdade é que passado esse dia, hoje eu não sei e se eu souber, me apaixonarei de novo, mas em todo caso, não nego que te amava, assim como como nego hoje que o amor é uma poça de água no meio do deserto.
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