Verde vontade de vê-la
Azul anil na lua de janeiro
Cobiça o vermelho do coração
E me traz o branco da paz
Amarelo ensolarado jamais
Irá me fazer esquecer
O afeto e o carinho
Dessa noite escura
A aquarela emocional
O amor marginal
Cigano e cavalariano
Volúvel e inconstante
Nossa vida é uma tela
Pontilhada como Monet
Colorida como Van Gogh
Cubista como Picasso
Nossa vida é um livro
Um Pablo Neruda sem capa
Os Três Mosqueteiros em forma
E Tchekhov pincelando a situação
Nossa vida é uma historia
De como César passou o Rubicão
De como Napoleão amou Josefina
E você conquistou meu coração
Nossa vida é uma música
Um soneto de Tchaikovsky
Com o romantismo piegas de Clarice Falcão
Recheado com o indie de Franz Ferdinand
Nossa vida é uma coisa muito louca
Gogol escreveria algo sobre isso
Freud analisaria nós dois
Deitados num divã
Nem Solano, nem Caxias
entendem o que sinto por você
Uma guerra contra os meus sentimentos
Um brandir do meu coração
Esse cavalariano de capa
Esse Nevsky moderno
Um Romeu que ama Julieta
E que sofre como Otelo
Tão bela quanto Penélope
Tão sábia quanto Atena
E tão singela quanto uma flor
Uma revolução passa por mim
E não sei onde vou chegar
Rumo à Estação Finlândia
Para perto de você
Nem Shakespeare
Nem Camões
Ninguém pode escrever
O que sinto nesse dia
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
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