Acho que me cansei
Dessa valsa atrapalhada
Que tanto dançamos
No dia dos ciganos
Essa aquarela circense
Desprovida de cor
Perdeu todo o sabor
Cansei de tudo isso
Cansei de pensar em ser feliz
De correr atrás de você
como um cachorrinho
Cansei
Te amo, te amei, te amarei
Hoje, ontem, sempre
Mas hoje eu cansei
Cansei de ser cortês
De amá-la de longe
Enquanto você me desdiz
Me desarma de perto
Cansei de ser tolo
De sorrir feito um bobo
Quando estou com você
Na verdade esse tempo todo
Eu quis te dizer que gostava de você
Mesmo com alguns defeitos
E outros floreiros
Parte de mim ainda sofre
Tenta ser mais forte
Sigamos em frente
A culpa não é sua,
nem é minha
Não somos nós
Me senti mal
Quando disseram que
eu não era para você
Fiquei com raiva
Até hoje não perdoei
Mas você me ensinou
Que ser bom nem sempre é ruim
Eu ri de besteiras
Tornei-me menos chato
E hoje sigo em frente
Ah! Chega dessa forma poética, vamos para a prosa que dá mais certo.
Eu queria ter mais uma vez para afagar os seus cabelos, como eu disse naquela tarde, olhar em seus olhos e beijar sua testa, dizendo que eu te amo. Que eu nunca provavelmente teria feito aquilo, que era incongruente comigo e que sabia que provavelmente não daria em nada.
Demorei muito tempo para tomar coragem de tudo aquilo, eu tinha tirado aquele dia para isso, tomei muita chuva, cheguei atrasado, enfrentei tudo que foi coisa só porque ouvir dizer que você iria. Eu queria vê-la mais uma vez e dizer que eu te amava. Transpirar esse sentimento para fora;
Não quis que me dissessem o que fazer, eu queria sozinho aprender, como dizer tudo isso a você. Eu sou desengonçado com essas coisas, sou por excelência um romântico fracassado. Não sabia como me portar, tudo que tinha era me aventurar.
Tinha sofrido muito naquele ano, levei um fora no meio de junho que despedaçou boa parte de mim, e me envolvi com uma menina que no final era uma relação mais de amizade do que amor. Podia ter dormido com ela, mas decidi que isso não era uma coisa muito correta.
Eu acreditei na época que talvez você me entendesse, que talvez eu também a entendesse. Que você tinha sofrido, mas que estava levando tudo em frente, que era mais forte para se deixar se abater. Conversávamos sobre coisas similares e você não se continha no uso da palavra, dizia o que pensava, fazia coisas retardadas, tal como às vezes eu faço, e ouvia a todos com crescente apoio e atenção. Eu a amava por você ser boa, por você ser solícita e ser melhor do que eu.
Eu sempre a achei bonita, para ser sincero. Mas beleza nem sempre é tudo, você sabe. Alguns amigos meus discordavam, diziam bobagens sobre o seu nariz... bem, isso não importa, eu gosto do seu nariz, assim como dos seus olhos e do seu sorriso.
A questão é que eu vi beleza também no seu interior, nas suas atitudes, nas suas palavras, nas suas ideias. Você nem de perto é uma daquelas meninas vazias e egocêntricas que encontramos às pencas por aí, você me seduziu pelo seu jeito simples, por ter convicções fortes, às vezes apaixonadas, mas ser aberta a outros pontos de vista.
Penso ainda hoje que você me entende, entende os meus pensamentos melhor do que os meus amigos, meus medos e desafios. Será? Achei melhor me isolar para não me tornar uma criatura tão recorrente que chegava a ser chata, mas não acho que eu esteja fazendo o certo.
Eu tinha prometido a mim mesmo que se eu sentisse algo por você, não sentiria ciúmes, volta e meia eu senti, daqueles seus amigos, a quem às secretas em silêncio desdenhava. Engolia meu próprio veneno com amargura, como eu pude ser tão mesquinho? Não devia ter feito aquilo.
Desconfiei de todos a minha volta, algumas vezes com razão, como no caso daquelas duas pessoas que disseram que você não devia ficar comigo, mas em outras eu fui injusto.
Enfim, você sabe que mais do que ninguém, eu não sou perfeito. Embora eu cobre perfeição de mim todos os dias, eu não sou perfeito, eu erro, e procurei ser aberto com você sobre esse ponto. Sei que você também não é perfeita e aceito isso sem grandes problemas, o problema sou eu, eu tenho por definição ser intocável e ajudar as pessoas.
Eu tenho que ajudar as pessoas, mas eu também as odeio. Você deve ter aprendido essa peculiaridade comigo: eu acredito que elas possam mudar, mas eu não gosto nem um pouco da forma como elas se relacionam; as pessoas são por definição, tolas, mesquinhas, arrogantes, estúpidas e desprezíveis. Esse é o motivo para que eu as odeie, simples assim. Além é claro de eu ter medo do que elas podem fazer. Mas não, eu não a odeio, muito pelo contrário, já dediquei até uma monografia a você. Eu não a temo, ao contrário, eu me sinto revigorado quando estou perto de você.
Uma vez você escreveu que achava engraçado como um cara rígido como eu poderia ser sensível muitas vezes. A questão não é o que eu faço por fora que me define, mas o que eu sou por dentro que me designa. A rigidez é a minha capa, minha couraça, meu repelente para os infortúnios do mundo, e a única que tem a chave para dobrá-la, para vencê-la é você.
Às vezes entre nós surgia um silêncio, um silêncio mórbido, mas um silêncio ainda assim gostoso, significativo, nem sempre tinha palavras para descrever a cena. Nem sempre sabia o que falar, o que dizer, pois hoje eu faço isso.
Você sorria e eu me senti mais feliz, eu me sentia realizado. Tinha prometido a mim mesmo que iria fazê-la sorrir todos os dias, eu era bobo mesmo, mas quando eu a via triste eu ficava também triste por você. Talvez tenha sido uma das poucas provas de altruísmo que já desenvolvi nessa vida.
Fui tolo e eu perdi. Fui muito arrogante, e acreditei mesmo que poderíamos ficar juntos numa altura, erro crasso. Nada poderia fazer para melhorar isso, tive ciúmes e agora me retratei, quis sentir raiva de você, mas não consegui; Eu nunca consigo, mesmo vendo sua foto de Facebook. As vezes olhei o seu perfil, desejei que você me mandasse uma mensagem, que falasse comigo. Você estava certa, era melhor não responder mesmo.
Depois que eu percebi que não tinha mais jeito, me calei por duas semanas, não falei com ninguém, não cumprimentei quem passava por mim, nem mesmo nossos amigos. Queria me fechar no meu mundo, e me isolar para sempre, sofrer sozinho, não era isso o que eu devia ter feito.
Saiba você que desde aquele dia eu nunca mais bebi, nunca mais tive coragem. Dei uma desculpa qualquer e parei de me embriagar como se a vida não tivesse nada a oferecer, Carol, eu estava embriagado de paixão naquela época, não precisava de mais nada para me sentir feliz.
Sei que você não vai ler isso, e se ler, vai sentir raiva de mim por ter dito o seu nome. Me perdoe por isso, você sabe que não sou perfeito, me perdoe por ter tomado o seu tempo, ter tornado tudo isso tão complicado e tão complexo. Mas mais do que isso, me perdoe por não ter sido tão bom quanto eu deveria ter sido.
Você entende, eu acho que sim. Não é culpa sua, também não é minha, nós não tivemos culpa. Tudo isso aconteceu, essa situação sem controle nos levou a isso, meus julgamentos foram erráticos e eu acreditei mesmo nessa coisa toda. Eu não quero terminar essa história como sendo o seu inimigo. Não quero esquecer o seu nome, e colocarem na minha biografia você como "aquela que ajudou o herói", eu quero que você seja lembrada, como aquela que o herói amou e continuou amando até o último dos seus dias.
Sei que é só um desejo meu, um desejo inútil talvez. Mas é um desejo. Não se culpe por nada disso, não sinta vergonha do que eu disse ou fale que eu fui infantil. Não gostaria de ouvir isso de você, a culpa não é nossa. Nunca será nossa. E sim, eu continuo te amando até meus dias se findarem, meu sangue afinar e minha cara ficar marcada de rugas e os cabelos ficarem brancos. Se eu esquecer disso um só momento, mereço ser punido, mas saiba sempre que eu te amarei.
E amei ouvi-la falar, amei sorrir sem ter sentido, de me calar quando era preciso. De vê-la saltar nas folhas secas de outubro unicamente para se divertir, amei ter tentado consolá-la quando você estava triste, e quando eu estava, você ter me ouvido. Você se abriu comigo, eu me abri com você, colocamos tudo em panos limpos. Você não me odiou por ter dito que te amava, você não se importou quando eu repeti sucessivas vezes, na frente de outras pessoas, você simplesmente sorriu, com um pouco de vergonha é claro, mas sorriu.
Você tentou resolver tudo isso da melhor forma possível, não sei se eu também tentei, estava um pouquinho cego talvez. Eu queria ser feliz com você. Você foi legal comigo, me ouviu, nem se importou com o fato de eu repetir toda a hora que eu gostava de você, que o meu coração batia pro você.
Sim, não foi a toa que eu te amei, Carol. Eu amei tudo isso, e continuo amando. Amei ter convivido com você, você ter me apresentado suas amigas, que provavelmente devem ter me achado um chato, aos seus amigos, que às escondidas desdenhei em silêncio de ciúmes, amei tê-la amado.
Você é mais do que só uma paixão, você é uma amiga, uma companheira. Você foi quem me reinjetou vida. Eu tinha chegado num ponto em que nada parecia importar, mas você querendo ou não me deu um norte. Muito obrigado por isso tudo, obrigado por ter ouvido minhas besteiras e ter lido os meus textos medíocres com carinho, e por favor desconsidere o tom lamuriento das minhas palavras, você sabe que eu não gosto de vê-la chorando.
Obrigado, minha querida. Minha pequena pérola, moja jemchujna.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
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