Tropeço nos versos
Ando desengonçado
Sempre me atraso
Vivo sem viver
Não quero fugir
Não quero correr
Deixei de viver
Verso silenciado
Fecho o compasso
Ligo-me ao passado
Tudo que fiz foi sofrer
Não mais
Não quero ouvir
Não quero falar
Passo depressa
Passo pela vida
Sem conversa
Sem piadas
Sem cor
Sem risadas
Pálido de rosto
Sem voz, sem riso
Passo direto
Sequer irei olhar
Caminha depressa
Caminha mancando
Não olha para trás
O tempo passou
E nem vi passar
Já era tudo
Não acredito mais em nada
Não sou mais feliz
Não quero mais sorrir
Adeus, minha querida
Eu te amei, e ainda amo
Mas não sei disso de ti
Não fala mais comigo
Me deixou desolado
De coração destroçado
Sequer me avisou
Sequer me disse
A vida gira,
Eu perdi minha alegria
Acho que algo morreu em mim
Deixei o tempo passar
E não há como parar
A chuva que cai
Cai do meu olhar
Adeus...
Seja feliz
Esqueça o que eu disse
Adeus...
E não eu não vivo,
mas também não estou morto
Sou um vivo sem vida
E um morto sem morte
Adeus, minha querida
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
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