Faz frio, muito frio
Sinto um arrepio
Percorrer meu corpo
Na marquise do edifício
Faz frio na capital
Uma nevóa mortal
Corta o Eixo Monumental
O voo sombrio do corvo
Sonda de longe ao seu fetio
Um infeliz no imenso sacrifício
Dorme o infeliz na calçada
Sem qualquer brio
Sem nada
Sonhava com o refeitório
Que de comida lhe trazia
Depois pensava na fachada
Em um dia ter um senhorio
Queria sair do frio
Mas o frio não queria sair de si
Naquele pranto sombrio
Do vento vazio
Pensava o homem em sair dali
Mas aquele era o seu banco
Ali seu domínio
Uma única coisa pensara
Que o Deus filho
Por misericórdia ao fio
O tiraria daquele sacríficio
Mas naquela fachada
Daquele velho edifício
O velho sozinho caiu
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