domingo, 27 de novembro de 2011

Frio




Faz frio, muito frio
Sinto um arrepio
Percorrer meu corpo
Na marquise do edifício

Faz frio na capital
Uma nevóa mortal
Corta o Eixo Monumental

O voo sombrio do corvo
Sonda de longe ao seu fetio
Um infeliz no imenso sacrifício



Dorme o infeliz na calçada
Sem qualquer brio
Sem nada

Sonhava com o refeitório
Que de comida lhe trazia
Depois pensava na fachada
Em um dia ter um senhorio

Queria sair do frio
Mas o frio não queria sair  de si
Naquele pranto sombrio
Do vento vazio

Pensava o homem em sair dali
Mas aquele era o seu banco
Ali seu domínio


Uma única coisa pensara
Que o Deus filho
Por misericórdia ao fio
O tiraria daquele sacríficio

Mas naquela fachada
Daquele velho edifício
O velho sozinho caiu

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