terça-feira, 9 de agosto de 2011

O buldogue de Oxfordshire


Velha Londres na Era Vitoriana!



        Filho da alta aristocracia de um poderoso império dicótomo, um verdadeiro herdeiro da irresponsabilidade da nobreza britânica que via-se apaixonado por política e História antiga.

        Era uma figura desprezível, dessas que você não gostaria de encontrar nas estreitas ruas pedregulhosas da velha Londres vitoriana e que provavelmente não teria qualquer atenção em meio às multidões de trabalhadores e operários descamisados, talvez seja porque ele não fosse um decamisado.


         De casaca escura e cartola de mágico, caminhava pelas ruas de Chelsea com uma bengala  em auxilio ao seu peso estupefante que lhe dificultava a locomoção, dizia-se que aquele ser nunca fizera um único esporte durante a vida, chega até ser impressionante que tivesse com tamanha saúde aos oitenta anos.

         Era uma das figuras mais proeminentes de todo o Império Britânico, lutara tantas guerras quanto pôde, servindo Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bôeres, ainda encontrando tempo para brincar de War na Primeira Guerra Mundial.

         Mas aquele homem não era um guerreiro, sequer um senhor da guerra, era um historiador, um jornalista e um daqueles oradores inúteis do Parlamento; glorificava a si como um descendente do 7° Duque de Marlborough, embora ninguém lembrasse dessa figura nas páginas grossas dos livros de História.
Que nostalgia trazia àquele homem lembrar de alguém tão desconhecido!
           Aquele pequeno barrigudo de chapéu engraçado e voz estridente era apaixonado em fumar charutos grosseiramente fabricados em Cuba, beber whisky doze anos logo que acordava e citar trechos de A História do Declínio e Queda do Império Romano de Gibbon, que por sinal ele adorava.

          Cresceria aquele ser em meio aos desastres da Primeira Guerra Mundial, lideraria homens à morte certa em uma fracassada operação nas dunas remotas da Turquia (Campanha de Gallipoli), mas logo se tornaria um dos maiores oradores da história do Reino Unido. 

        Tornou-se membro do Parlamento Britânico e logo se filiou aos conservadores, de quem ele conservava uma imensa paixão: ele odiava os comunistas, odiava os trabalhistas, odiava as feministas, odiava até os liberais!
  

         Seus discursos eram sem dúvida dos mais extensos em toda a história do Parlamento, os discurso tiveram que ter limite de tempo por sua causa. Sabia usar bem as palavras em seu benefício, usava uma lógica e uma erudição louváveis, mas nunca conseguia fugir sequer de uma só polêmica. 


          Enquanto os seus compatriotas se borravam de medo com a ascensão de uma Alemanha forte e militarista, ele foi o único que foi macho prá caramba para bater nos nazistas e xingar Hitler de assassino bastardo comedor incessante da liberdade. Fora tenaz defensor de uma ação direta contra as trangressões grosseiras da Alemanha. se tornando tenaz resistente à estupidez perpetrada em Londres, esse homem, de rosto canino, maxilar grosseiro e barriga sobressalente era Winston Churchill,  the bulldog of Oxfordshire!


Veja a felicidade gritante no semblante do Primeiro Ministro
          Era um homem realmente muito feio, e bastante feroz, mais feroz que um próprio buldogue, ele ficou puto quando descobriu que o então Primeiro Ministro inglês, Chamberlain, estava se borrando de medo do bigodudo de Berlim, e saiu do gabinete britânico para defender a Guerra! (embora, não fosse homem da Guerra)

          O destino disso é lhes tão conhecido, Hitler foi brincar de War na Polônia, dividindo metade do país entre si e os comunas e a Inglaterra e França foram pro fight fatality  achando-se fodonas da Europa. Em menos de um ano, a França tinha tomado uma coça escrota dos chucrutes (sempre toma!) e bombardeiros bimotores Herschell e Junker já bombardeiavam a velha e nebulosa capital britânica.
Um Primeiro Ministro engraçadão!
         À essa altura, já feito Primeiro Ministro do Reino Unido, ele comandaria um enorme esforço de guerra para salvaguardar sua cambaleante nação da fúria total da Luftwaffe alemã. Conduziu um racionamento estupendamente eficiente, uma evacuação maciça de civis para o norte da Escócia e logo investira seus esforços para obter apoio americano na guerra. 

         Quase perdeu. Se Hitler não tivesse sido um capeta filha-da-puta e invadido a Mãe-Russia quando Stálin estava de ressaca, talvez Churchill tivesse perdido.

        "Nunca tantos deveram a tão poucos", na verdade, essa frase de Churchill não exprime bem a realidade da época, a Inglaterra, como nação, só foi salva pelos embates sangrentos do Exército Vermelho com o Wermarcht alemão e a ajuda industrial americana, mas a inversão é totalmente correta: "Nunca tão poucos deveram a muitos". 

        Ao final da guerra, a Grã-Bretanha estava falida, quase na bancarrota, tinha uma divída estratosférica ao capital americano, e muitos de seus cidadãos permaneciam vivos graças aos 22 milhões de soviéticos que morreram naquela partida de War.

Verdades sobre Churchill

O passado obscuro do Primeiro Ministro (foto dele com uma Tommy Gun)
1) Churchill era conservador até a última potência, ele só aceitou fazer uma aliança com Stálin porque não tinha outro jeito.

2) Churchill nunca foi um líder militar eficiente, o seu desempenho no comando das tropas britânicas na Guerra de Boeres e na Primeira Guerra foi extremamente tosco e grotesco, todos lembram do desastre de Gallipoli quando falam de Churchill.

3) Há quem diga que Churchill era favor da dita higiene racial, mesmo ele sendo anti-nazista ferrenho, na época essa coisas existiam mesmo nas pessoas mais louváveis. (estupidez exite em qualquer época)


4) Em toda a Segunda Guerra Mundial, Churchill nunca conseguiu ter sequer uma única noite de sono bem dormida.
Presidente Charles De Gaulle em foto

 

5) Churchill não gostava de franceses até conhecer Charles De Gaulle.

 

 

 

 

6) A amizade de Roosevelt e Churchill é mera especulação. Roosevelt sempre foi muito diplomático, mas ele não gostava muito do jeito de Churchill, ele o considerava muito macivo. De fato, por incrível que parece FDR gostava mais de Stálin.


7) Churchill sempre foi muito odiado em Moscou, não importasse o que fosse, ninguém na URSS gostava de Churchill. Churchill tinha sido um dos interventores estrangeiros na ocupação da Rússia Soviética na Revolução Russa  e Stálin sempre o lembrava disso (A corte do Czar Vermelho. Sebag Montefiore). Ele era uma das pessoas que mais irritavam Stálin, pois além de ser conservador, ele tocava em feridas abertas: como a questão da anexação da Polônia Oriental pela URSS, a questão dos Gulags, os desdobramentos da coletivização e de vez em quando dava uns ataques histéricos do nada. (Nos desdobramentos anteriores a Batalha de Stalingrado, a mais sangrenta de toda a história das guerras, Churchill veio a Moscou para falar a Stálin que não podia dar muita ajuda, que ele teria que se virar, e ficou puto quando Stálin reagiu visivelmente nervoso a sua conversa melosa e sem resultados práticos, quase deixou Moscou sem resolver questões importantes de guerra.


8) Churchill era um highlander oculto, afinal como alguém que se vangloriava de nunca ter feito esportes, que bebia um coquetel de whiskys pela manhã e fumava quase uma caixa inteira de charutos cubanos por dia teria sobrevivido quase os noventa anos?

 

Os Três Grandes em Yalta, Stálin e Roosevelt estavam prestes a dividir a Europa e notem o modo como Churchill está retraído, ele estava bastante desconfortável por ser deixado de lado nas negociações e ver que Europa estaria dividida. Não foi a toa que Churchill odiou Yalta!
9) Foi Churchill que criou o termo Cortina de Ferro, ele previu que Stálin estava objetando uma área de influência na Europa Oriental e tentou alertar isso; tentou vender metade a Polônia para salvar a independência de metade da Europa e não deu certo.


10) Churchill foi uma das pessoas que mais atrasaram a deflagração do Dia D, ele não acreditava que suas forças estivessem prontas e capaz que ele deixaria os vermelhos e os chucrutes se matando mais até colocar suas tropas na França. Stálin chegou a pedir ajuda militar a Churchill até dentro da URSS, que ele fez questão de esquecer logo depois, em razão da Barbarossa, e desde 1942 batia na tecla para uma Segunda Frente que acabou sendo deflgrada no Norte da África (Operação Tocha), para sua raiva condensada, depois na Itália e Churchill chegou até a sugerir uma Operação militar nos Balcãs (Iugoslávia). Esse tipo de comportamento sempre irritara Stálin.


12) Churchill amava o seu charutão como a um filho, não podia ficar sem um na boca por mais de um dia. 


O eterno companheiro


11) Churchill era famoso por aforismos memoráveis, como quando o General Montgomery, comandante em chefe das forças britânicas na Segunda Guerra, um general mediano e sem muitas táticas inovadoras, disse: "Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói"(Mentira!) e Churchill respondeu: 
"Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."

13) Churchill, embora digam que foi um humanista, ele foi o carinha que ordenou o bombardeio maciço da cidade alemã de Dresden que arrasou por inteiro alvos civis e toda a cidade que um dia fora a "Florença do Norte".

14) Muitos se esquecem, mas foram as forças de Churchill que suprimiram por muito tempo os levantes coloniais da Índia liderados por Mahatma Gandhi. 

O embate do buldogue e do Et de Varginha, imagina quem venceu!
Nota mais importante: 


        Churchill era um chato! Não só um chato por suas atitudes, mas um chato por ser um chato, sorte que esse chato conseguiu salvar seu país da destuição total da Segunda Guerra Mundial.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Haber e o uso da ciência para o "bem" e para o "mal"

A figura mais controversa pra mim na história da Ciência não é Oppenheimer (pai da bomba nuclear), nem Alfred Nobel (criador da di...