quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Por que Além do Bem e do Mal?

         Diz uma velha lenda no passado distante que não se existia bem nem mal entre a escuridão turva até um alvorecer esplendoroso dizer:
        "Que se faça a luz!"
         Contudo, não parece ter sido aí que o Bem e o Mal teriam nascido aí.
         Na Persia Antiga, a qual fazemos questão de nos esquecer que existira, parece que uma noção existira entre algo que seria benéfico ao coletivo, produziria um apoio generalizado, enquanto uma ação considerada danosa ao coletivo era suprimida e às vezes punida.
Esse maniqueísmo filosófico acabou adquirindo força e poder, um extremo poder afinal, se espalhando para as demais sociedades existentes.
          No Egito, o das pirâmides e dos faraós para os alienados mentais, surge uma concepção descrita em um simples período:

              "Certamente todos pronunciam a palavra Bem, mas não percebem o que ela pode ser. Eis porque não percebem também o que é Deus, mas por ignorância, chamam bons os deuses e certos homens, ainda que não o possam ser e se tornar: pois o Bem é o que menos se pode tirar de Deus, é inseparável porque é o próprio Deus. Todos os outros deuses imortais são honrados com o nome de “Deus” , mas o verdadeiro Deus é o Bem, não por uma denominação honorífica, mas pela sua natureza. (…) De Deus a essência por assim dizer é ( o bem, a união, a beatitude ) a sabedoria." Nietzsche

            Eu me pergunto, quem poderia ter escrito, pois afinal um egipcio da época provavelmente  não trataria um deus como um unico (eles eram politeístas, pessoal), então me apercebo de que essa parece ser mais uma transcrição cristã do que egípcia.
            Busco entender então essa origem do Bem e me apercebo que pode ter muito  em comum com os conceitos de Yin-yang do taoísmo, embora não exista ainda uma noção de bem e de mal, mas sim uma dicotomia de extremos (o claro versus o escuro).
               Eu parei para pensar, como isso foi cair no cristianismo? Folhei minha Torá, faz tempo que não me empenho em lê-la e descobri que nos preceitos do Antigo Testamento, de que o que era bom, era na verdade o que seguisse as ordens de Elohin a risca (Chamem o seu Deus como quiser, mas eu chamo ele em hebraico), enquanto era recriminável se algo não seguisse a ordem de Deus, sendo por vezes punida pelos castigos de Deus: A expulsão do Paraíso; O Grande Dilúvio; O cativeiro no Egito; As pragas do Egito; Os quarenta anos no Deserto do Sinai (Dá pra andar em cinco horas de carro por todo o Sinai até Israel, talvez menos, se você tiver um foguete).
               Deus sempre foi o senhor do povo hebreu, o Adonai, o ser Supremo que fez um contrato com Abraão para escolher um povo para si, para amá-lo e cuidá-lo, em troca ele só pedia o brit-milá (circunsisão dos homens) e total devoção a si. Era provavelmente a coisa mais doce do Mundo.

             Diz a lenda que o povo judeu agiu errado perante Deus, trazendo a noção de Mal, para os judeus, e logo Israel viu-se escravizada por outros povos.

             Então os numerosos cristãos de hoje, pode esquecer eu não sou cristão e aí de quem tentar me converter, pregam que dentre um dos filhos numerosos do grande rei David (O da funda e do Golias, para os no0b) nasceria um descendente que traria a paz entre os homens e a justiça aos olhos de Deus (isso era o que pregavam as escrituras antigas das quais não levanto nenhuma dúvida)

              Então dizem que no ano 0, sempre me perguntei o que havia acontecido no ano 0, um Messias nasceu e tentou trazer a paz aos povos, mas logo teve que enfrentar os romanos (os mesmos romanos que vocês glorificam tanto por serem seus supostos antepassados) e viu-se crucificado sem ter trazido a dita paz universal (Ao contrário fizeram guerras em seu nome) e com o cristianismo surge a figura do Diabo (Nota do Autor: Nós,judeus, não acreditamos em Diabo, Inferno, mas em castigo divino), os pecados, o Inferno como um resort pior que um campo de concentração ou um gulag.

        Hoje, graças à força do cristianismo, leva-se em consideração que tudo que é dito bom, é divino, e que tudo que é dito mal é do Diabo, isso reforça o velho maniqueísmo filosófico dos velhos e bom persas.

        Por que raio eu fiz uma análise histórica do Bem e do Mal? Eu não sei, mas eu não me vejo enquadravel nesses padrões, eu não sou bom, mas também não sou um diabo andando à solta (De novo o cristianismo na minha cola), eu acredito que o homem esteja acima disso.

         Quem se lembra do velho e bom Friedrich, hã?



         O alemão de sobrenome inescrivível, Nietzsche, com uma tarantula em cima da boca e que foi doidão o bastante de dizer: "Gott ist tot" (aprenda alemão, merda: "Deus está morto")


Taí ele com uma exaqueca homérica e sua tarantula de estimação em baixo do nariz.


            Eu pareço meio maldoso com Friedrich, mas eu gosto dele (Nietzsche foi usurpado pelos nazistas e pela irmã vadia dele, mas ele não era nem antissemita, nem gay, talvez mulherengo), ele foi o primeiro carinha a se levantar contra essa coisa de Bem e do Mal, mostrando o quanto que o bigodão era macho.

            Nietzche critica e critica pesado contra o pensamento maniqueísta do Bem e do Mal, ele mostra que o homem acaba ficando limitado a uma abstração sem baseamento concreto e que homem deve transcender essa barreira para se tornar um Übermensch (uma das poucas expressões alemãs que ainda me lembro), o super-homem - Não o Superman, seu no0b, que afinal foi inspirado em Nietzsche, mas o homem superior em termo filosófico - que foi enumerado pelo profeta Zaratuza.

            Nietzsche mostra que a moral e outras coisas são impostas e externas ao individuo, mas que talvez caiba a ele viver sobre suas próprias regras (ele não fala pra você ir atrás de todo mundo com uma escopeta, nem pra destruir uma filial do McLenin, embora essa ultima ideia não seja tão ruim)

              Enfim consigo explicitar porque Além do Bem e do Mal, porque eu não vou me limitar a parametros como o Bem e o Mal, eu vou além disso. Não vou falar que Mahatma Gandhi foi um homem bom, afinal ele não foi (ele foi omisso em relação aos crimes nazistas na Alemanha e se preocupou com o seu povo, que parecia haver um parentesco pseudocientifico com o dito "ariano"), mas também não vou falar que Stálin foi um homem ruim, danoso sim, mas ruim é dificil (Com Hitler posso falar que ele é ruim, porque eu odeio ele).
Esse blog tem o intuito de gerar uma reflexão sobre os diversos pontos atuais, fiquem a vontade para fazerem discussões (se você for neonazista e fizer comentários rascistas e xenofobicos, eu mando o Mossad atrás de você, a única coisa que não tenho paciência são os malditos porcos fascistas).




           Essa era a proposta inicial do blog, vejam onde chegamos...

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