domingo, 4 de dezembro de 2011

Prêmio à solidão

Descansante nasce o dia
Ao acordar logo sofria
Levanta-te infeliz
Pois a tanto a ti feris

Levanta-te, acordai agora
Ao sono não mais emergi
Estais só meu rapaz

Olhai ao espelho do banheiro
Diga-me o que vês.
Um infeliz, uma criatura amargurada

Sim, és tu, meu caro
Sabeis o porquê do frio alheio?

A amargura se refez.
Sua alma está pendurada
Sabeis por quê?

Pois que assim a fez
Assim desejou sua agonia
E hoje se consome em melancolia
É por saber que acorda um novo dia

Meu caro rapaz... Meu caro logaz
Acordai de uma vez, e percebei,
Percebei que o que concebei
Não foi nada menos que sua amargura

Esconde-se hoje em laboria, em glória
Acorda e sequer levanta, pensa e canta
Pois agora levanta-te e chora
Pois sem demora o tempo o levará

Estais só, meu amigo.
Aquela que você desjou não o amou
E ao seu coração amargurou

O medo agora perdurou
Sem sequer saber, você nunca amou
Sabei agora o quanto a dor durou
Afinal, você nunca chorou

Chorai agora, meu amigo!
Agora que percebei a tristeza
A doença da aspereza
Que lhe consumiu.

Logo após chorar, ergua os olhos
Pois é um novo dia, as nuvens se afastam
A cotovia lança-se ao voo
Enquanto o rouxinol gorjeia

Chega de amor por meia
Chega dessa dor que permeia
Levanta-te, à ela trovará
A doce cântiga de amar!

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