sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Angola

        Aos que não sabem, Angola é um país lusofono (fala-se português) na  África Ocidental, que por muito tempo foi colônia portuguesa.

       O povo angolano, para ser sincero, antes da colonização portuguesa, era dividido em tribos, mas antropologos ocidentais acabaram fazendo classificações étnicas meramente didáticas a fim de mostrar que: Ao norte de Angola, vivenciava um reino poderoso e de importância regional, na parte central viviam estados tribais, e ao Sul uma parte mais pobre.

      Eu francamente sei pouco sobre Angola, mas sei pelo menos que os angolanos são dos povos mais receptivos do Mundo.

      Em resumo, eu decidi fazer um resumo do que sei da conjectura atual angolana.

     Angola foi colonizada pelos portugueses por volta do século XVI, para extração de minérios, Angola era extremamente rica nisso, principalmente, se não me engano, diamantes, para o mercado de escravos (Nota: O mercado de escravos é anterior à ocupação portuguesa, mas se acirrou com ela), e por vezes para desterro de elementos indesejáveis na Corte portuguesa.

      Angola em si, já teve muitos levantes durante o período colonial, fundamentados por questões étnicas, mas a marca que os portugueses deixaram na história angolana foi muito forte, tanto que há poucas bases documentais quanto a isso.

      Por volta do início do século XX, Angola viu-se como uma das mais produtivas colônias de Portugal, mas a administração portuguesa era embasada no seguinte:

     A colônia produzia, mas os impostos retirados da colônia, a partir dos empreendimentos privados em Angola, seriam primeiramente repassados para a administração da colônia para depois irem para Portugal, isso (perdoem-me se for franco demais) não gerava todas as receitas a Portugal, afinal, a administração pública de um território de Angola não é fácil, e ainda temos que considerar a corrupção que é, até hoje, inerente às sociedades constituídas pelo Império Português, principalmente porque a raiz da corrupção veio de Portugal, que por sua vez veio de Roma.

     Angola, em termos numéricos possui uma das maiores quantidades de cidadãos lusofonos da África, e se tornou muito importante para Portugal.

     Em meados da década de 20, ascende Salazar depois de um golpe deslanchado pelo General Camorra, que instituiu o Estado Novo (não é por coincidência que o Brasil também teve o seu), e a situação das colônias acabou piorando, afinal o governo central começou a reprimir levantes nas colônias duramente,  promovendo algo próximo a genocídio, na verdade, o Estado português em si promoveu genocídios.

     Portugal sobreviveu à Segunda Guerra (em verdade ficou com medo demais em participar) há duras penas, pois já não havia muito espaço para Ditaduras Fascistas. Entretanto, uma das razões para Salazar não ter caído, com auxílio americano, é que se tropas invadissem Portugal  e retirassem Salazar do poder, teriam que reinstabelecer outro governo, e as colônias logicamente tentariam se libertar do jugo português, então conflitos ocorreriam, afinal a KGB estava também de olho na África.

      A Guerra Fria e a situação das colônias impediu isso. Contudo com a morte de Salazar e a ascensão de Marcelo Caetano, o governo português começou a perder força, e os levantes nacionais começaram a ser apoiados tanto pela CIA como pela KGB, o colonialismo estava prestes a implodir, tanto que a repressão à Angola se tornou quase impossível para Portugal, e os angolanos começaram a se mobilizar em exércitos, e os colonos portugueses voltavam para Portugal.

      Em 1974 ocorre a Revolução dos Cravos que poem fim à Ordem Ditatorial do Estado Novo Português... Depois de quase 50 anos! E aproveitando-se da Revolução, às colônias exerceram pressões para sua libertação, tanto que 1975 Portugal liberta suas colônias na África, não sem ter promovido anteriormente um banho de sangue.

     O problema foi a instabilidade política que veio a seguir... Portugal saiu, mas os exércitos militares de angolanos ficaram, e apoiados tanto pela KGB como pela CIA, os angolanos se levantaram em uma Guerra Cívil, uma guerra tão dura que só foi acabar na década de 90 (talvez com a implosão do Bloco Soviético), em todo o caso os capitalistas venceram.

      Angola, por mais que digam, eu não a vejo como socialista, até porque se você anda por Luanda, você encontra palacetes em fino marmore, de muros altos e câmeras, enquanto, ao lado se vê uma favela, a disparidade social que já é gritante no Brasil, lá é rotina.

       Em todo caso, Angola, mesmo sendo assolada pela corrupção, infinitamente maior que no Brasil, pelo desemprego, pela fome, pela Aids, pela falta de saneamento, por falta de segurança, por falta de sistema publico de saúde e educacional, é um dos países que mais crescem na África.

      Isso porque... Porque Angola tem uma das maiores jazidas de minérios do Mundo... Porque descobriu-se na década de 80 que Angola tinha uma das maiores jazidas de petróleo do Mundo (talvez isso acabou justificando a vitória dos capitalistas em Angola por apoio da CIA).

       Mas é isso, Angola pode ser rica, mas não é um estado feliz na concepção ante ao povo, sim o povo angolano é feliz, é receptivo, é trabalhador, e ama futebol, se duvidar, mais que a gente. A questão é que o governo sequer dá o minímo para sua população.

       Certa vez fui ver uma conferência do embaixador angolano e do ministro da Cultura de Angola. O povo angolano parece ainda vivenciar com marcas duras o período da Guerra Civil, tanto que o próprio ministro, viveu por muito tempo em Lisboa, servindo de assistente de professor, trabalhando incessantemente, até um dia se afirmar um escritor proeminente e voltar para Angola. Hoje ele é um dos maiores escritores angolanos.

      Isso é o que sei do povo angolano, um povo tão sofrido, e tão esquecido, que sequer os brasileiros se lembram de que também são nossos irmãos.

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