Descobri que sou um matemático cru em vestes de poeta mal-arrumado, com o sorriso safado e olhos chorosos, pensando sempre de maneira linear nas leis da Matemática; Minha vida tão binária parece ser um tabuleiro de xadrez, tão complexa em sentido, mas tão vazia de horizontes.
Queria pensar mais do que simplesmente em caixas de lugares-comuns, apesar disso a linearidade dos meus pensamentos me enganam de tão maneira que me sinto cego em tamanhas situações, como pessoa e como escritor de guardanapo de botequim.
Não consigo por exemplo a mim mesmo, o que eu sinto quando sobe-me o calor sobre o peito, os resultados da endofina, inflarem ainda meu coração deveras juvenil, pois de fato sou meio garoto na vida e desenho as palavras de maneira pouco ajeitada como desejaria que fossem, minha completa cisura filosófica não condiz com a criatura congênita que é a fenomenologia dos fonemas vocálicos.
Também é meio difícil descrever com sinceridade aquelas pessoas que amo, pois cego de olhos peno a pena mais para o lado do coração, de modo que como matemático cru eu peco por subverter as leis da matemática. Leis essas que não podem ser descritas sem o amor pela normatização metódica de uma vida sem rodeios.
Se é feliz pensar assim não é o caso, mas essa matemática espiritual explica quem eu sou e como venho agindo, de modo que os movimentos abrutos e sem pensamento embasado são erros de um matemático inconsolável, porque em vias de regra, era para ser poeta e não matemático.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
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