terça-feira, 29 de abril de 2014

Medo

Estou com medo
Bastante medo
Minha menina
Minha querida

Sei que não levará a nada
Desejar ficar apenas mais um centímetro
Mais próximo de você
Pois me sinto distante
Não só de ti como de mim

Prefiro ficar calado
Prefiro sentir
Só não quero ficar parado

Não tenho olhos senão a você
De verdade, eu não costumo mentir
O tempo passou e estou cada vez mais
Preso ao passado
Mas quero ficar com você nesse futuro

Queria ter forças
Ou capacidade de mentir
Para esconder minha sinceridade
Mas não sinto isso

Eu tenho ócio como religião
Nesse grave momento
E você atua cautelosamente
Como femme fatale
Próxima a me dar um bote

Acho que estou de novo
Mais uma vez
Apaixonado
E nem lembro de ter me preparado

Você é indecisa
Como um gatinho
Você deve estar decidindo
Se quer me massacrar hoje
Ou amanhã
Tal como se brinca com um ratinho

Ou será que sou um novelo de lã?
Eu realmente não sei
Você é diferente
Eu não sei ao bem
Estou meio cego

Devia ter me calado
Do que abrir o jogo
Quero ir embora
Mas embora pro seu lado

Adeus
Realmente adeus
Você não quer nada comigo
E nesse triste destino
Um tom triste
Um soneto de violino
Parte-me o coração

Adeus
Eu acho que estou apaixonado
Com seus olhos
Com sua boa
Seu sorriso
Seu jeito
Estou apaixonado

Invariavelmente perdido
E com um olhar maldoso
Um olhar felino
Você adentra e destrói minhas certezas

Eu sou uma formiga
E você é uma rosa
Sou formiga de palavras
Você é uma rosa de sabores

Eu só tenho trabalho
De troçar com as letras
E você de troçar comigo
Por simples passatempo

Triste; Tenho que ficar só
Tenho que me calar
E me sucumbir até o pó

Tento me convencer de te esquecer
Não consigo
Como pode isso?
Por que não querer ficar comigo?

Nem eu
Nem você
Sabemos disso

Adeus
Eu sempre estou
Estarei
Contigo

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