terça-feira, 12 de março de 2013

O gosto pelas palavras

       Retomei o gosto das palavras que tinha deixado a minha boca junto com um último suspiro, mas agora os poemas entram na minha mente e as rimas beijam a minha boa, maliciosas como sempre. Gosto de viver assim, sempre gostei de viver com essa musicalidade fonética nas minhas palavras.

      Tinha esquecido do quanto era divertido ficar à noite ou uma tarde inteira brincando com as palavras, escrevendo contos e romances que certamente poucas pessoas lerão ao passar de uma vida. Tudo bem, eu
não me importo, se me importasse, não estaria escrevendo. 

        Na verdade, hoje eu decidi que quero me tornar um escritor de verdade, editar meus livros e publicá-los numa pequena livraria de fundo de quintal numa cidadezinha qualquer, não ter muito leitores, mas os pouco que tivesse trataria como amigos, pediria para que se sentasse e contassem suas vidas enquanto tomávamos um café. Por minha conta é claro.

       Sei que no fim o comprador em potencial iria tomar-me por um louco que conversava com os leitores de forma tão amigável quanto eu converso com os meus amigos, melhor assim, não há normalidade em ficar sentado escrevendo dedicatórias do próprio punho, eu estou interessado nas pessoas, no que elas têm a dizer e o que eu tenho a dizer a elas. Sim, pessoas, pessoas inteligentes que gostam de livros e de contar o que acham sobre a vida, a essas pessoas ergo um copo de vinho.

       Eu queria levar os meus escritos à sério, ganhar algum trocado com eles. Talvez viver disso, seria uma boa vida eu acho, não seria fácil, mas seria legal de viver. Enfim eu gosto de brincar de fazer palavras e agora aprendi a gostar de falar tudo o que eu penso, melhor para mim.

        O trovão trivial solta um tom trovador no trilho do trem de Toledo, trazendo trevas à trilha de Servilha. 

        O amor de escritor se regenera com o calor de uma nova lira, de um novo romance, de uma nova vida. o coração tão gelado, o humor tão fechado, tudo isso derrete quando se aprende a escrever de novo e a gostar de escrever mais uma vez, sim, caro leitor, não quero que entenda. Mas eu retomei o gosto pelas palavras.

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