segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Pergunte a um louco

        Certa vez perguntei a um louco qual era a fórmula da vida.

         Ele me disse que para ser vivo, precisava ser atento, viver o momento. Não pensar em si mesmo, mas também não pensar nos outros.

         Ele me disse também que para ser vivo, não precisa ter deus, afinal ateu vive e cristão morre, sem que o mundo acabe com isso.

         Falou pra mim que estranha as pessoas mentindo umas para as outras, afinal de contas, pra que mentir se a verdade está bem ali.

         Também disse que não entende o porque de pessoas chorarem por amor, sofrerem por pessoas malvadas que destroçam corações ou simplesmente sequer se importam com os outros.
          Perguntou-me qual era a graça de viver num mesmo lugar, todo o tempo, fazer as mesmas coisas todo tempo, de passar horas com raiva num transito para chegar em casa e dormir, sem usufruir de uma TV bacana, ou mesmo um livro legal.
          Não soube responder.

          Perguntou-me se o papel higiênico era assim tão importante para que as pessoas fizessem tanta merda para conseguir esse papel. Eu logicamente disse que não, então por que o dinheiro é?

          Falou-me que andarilho é um homem afortunado, anda livre por aí, assalta as árvores para comer, e conhece muitos lugares sem soltar um tostão qualquer.

         Disse-me que na vida, nem tudo se aprende na escola, mas é na rua que se aprende o que é ruim ou bom e que a vida é tão cigana, que não podemos ficar parados por aí.

          Azul não é rosa, e amor não é prosa, foi o que ele me disse.

          No fim percebi que o louco não era ele, e que sim eu, por acreditar que alguém tão genial podia ter sido louco num dado momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Haber e o uso da ciência para o "bem" e para o "mal"

A figura mais controversa pra mim na história da Ciência não é Oppenheimer (pai da bomba nuclear), nem Alfred Nobel (criador da di...