sábado, 19 de maio de 2012

Tristes helenos

           Faz tanto tempo que não me dedico a estudar a parte da política atual e o desenvolvimento dos acontecimentos contemporâneos ante ao ambito mundial que não pude esquecer-me desse trabalho.

          Faz tempos que digo que a situação na Europa é preocupante, nós no Brasil não vivenciamos isso ainda de perto, por algum milagre astronômico ou porque alguém esqueceu do Brasil, mas a erupção da bolha econômica de 2008 ainda é forte.

          Os americanos desabaram com tudo isso e o apogeu daquele new american way of life demonstrou que o neoliberalismo não era realmente a solução.

          Parece-me óbvio que a crise é um crime de especulação mesmo, um crime o qual não se dedicam a prender os verdadeiros culpados, em todo caso, vemos hoje que nenhum povo na Europa é tão castigado com a crise que o grego.

          Os gregos, a quem se credita serem nossos patronos quanto a civilização, patronos reconhecidos da democracia, democracia essa que a liberalidade burguesa infla o peito para dizer que descende de Pericles, esses mesmos gregos hoje são os que mais sofrem disso.

          Não são mais os Leste-Europeus, que amargaram por muito tempo um período brutal no quesito sócio-econômico da derrocada pós-comunismo, nem mesmo os tradicionais emergentes grandes, como Brasil, China e Rússia, que estão no foco dessa crise, mas o minusculo país balcânico membro da União Europeia.

           É verdade que a economia grega não era aquela maravilha de muitos tempos para cá, tanto que por volta de 1948, a Grécia estava completamente na bancarrota que os próprios Estados Unidos tiveram que tomar para si o papel de "defendê-la" da ascensão comunista no Leste-Europeu, na famigerada Doutrina Truman.

            A Grécia em si não apresenta grande capacidade industrial, tem um sistema bancário deprimente, e dependia quase em totalidade do turismo de seus monumentos antigos, de suas ilhas no Egeu, da exportação de seus produtos, notavelmente azeite, e do serviço público inchado.

            A Grécia realmente depende da Zona Euro pra tudo.

             A questão que dada a política irresponsável dos governos anteriores gregos, onde observou-se um profundo individamento do governo grego e da economia grega aos bancos interacionais, causado por uma bolha de dívidas e custos que o proprio governo encarregou-se de tomar.

            Os juros altos, a economia se manter dadas as dificuldades patológicas de manutenção da Grécia fizeram com que ela caísse nesse lamaçal que está hoje.

            O desemprego na casa dos 25%, uma recessão prolongada de quase 5 anos initerruptos, cortes nos planos de aposentadoria, nos planos de saúde, na seguridade social, abalam a legitimidade do próprio governo grego.

            O povo amarga com  a irresponsabilidade do governo, e não consegue sequer viver dignamente, e vê-se tal como o governo, atolado em dívidas.

             Eis que tem dois anos que a sociedade grega vem se levantado nos mais intensos protestos que se assiste na Europa a fim de que seus direitos não sejam ignorados, na corida que a burguesia anda fazendo para safar sua própria pele.

              A classe média virtualmente desapareceu com tudo isso, o grosso de desempregados só cresce enquanto a nota da Grécia só diminui.

             A Grécia é literalmente hoje o calcanhar de Aquiles da Europa, se a Itália é a Bota, o calcanhar não fica em Tarento, mas no Egeu.

              Os líderes europeus não estão querendo tomar o espírito de irmandade com que pintaram anteriormente nas escolas a criação da União Europeia, e cada um quer se salvar como pode, ignorando os desdobramentos da própria Grécia.

               Eles parecem ignorar que a Grécia esteja na Europa, e parecem fazer de tudo para se livrar desse problema, ofertando os mais absurdos planos economicos aos gregos, com duros cortes à sua população já sofrida, e emprestimos a juros astronômicos.

            Assim operou durante um tempo, sob muita convulsão popular, e na semana retrasada, ouve-se o som da revolta do povo grego e eis que nas urnas o partido da Direita, e da "Cenro-Esquerda" pelega desmoronam, e os socialistas assumem o governo, rejeitando as medidas amargas aos gregos.

          Vocês estão certos! Verdadeiramente certos!

          Não se pode aceitar que tal coisa chegue em tal situação, mas deve-se olhar com pena o sofrimento do povo grego, que pode está proximo, esqueçam o significado pesado do termo, no altar do sacríficio do capitalismo.


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