Para isso o cineasta organizou o novo filme a partir de suas lembranças do ocorrido, Eisenstein lutou na Revolução Russa e na Guerra Cívil e baseou-se também nos relato de ninguém menos do que o aclamado John Reed, autor de 10 dias que abalaram o Mundo.
Tal como todos os filmes de Eisenstein esse é um filme político, talvez tão político quanto o Encouraçado Potemkin, mas é claro que quanto ao filme em si, quanto a forma, não há nada que se possa julgar, pois a cena da desconstrução e reconstrução das estátuas estavam muito a frente de seu tempo.
Com a trilha sonora de Dimitri Shostakovich, Outubro é um daqueles filmes do seleto grupo dos politicamente importantes, formalmente perfeitos, e inexaurívelmente bons aos que não nos cansamos em assistir demasiadas vezes.
A descrição dada a Kerensky é perfeita, de um ditador com complexo megalomaníaco que se entupia de tragar ópio, a figura de Lênin ficou filedigna, e remonta bem o dias da Revolução, a confusão e o movimento social dos dias de Outubro.
Vale ressaltar que em virtude do contexto complicado da época de exibição do filme, 1927, não há menções quaisquer a Trotsky, Antonov Oeveenko, que tomou o Palacio de Inverno, porque esses dois começavam a definhar no ostracismo político do Partido Comunista logo após a briga sucessória post-mortem de Lenin, mas também não há nenhuma menção a Stálin, uma vez que ele teve papel secundário na Revolução e também ainda não tinha ascendido o culto a personalidade.
A seguir: Outubro (com legendas em inglês)
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