No último mês foram nomeados os nove membros da Comissão da Verdade que se encarregará de investigar os crimes causados pelo governo brasileiro entre 1946 e 1989.
Ao contrário do que se pensa por alguns, essa comissão não terá fins condenatórios, afinal de contas, dada a assinatura da Lei da Anistia, em 1979, tanto perseguidos quanto perseguidores ficaram livres de qualquer perseguição.
Em todo caso, de que servirá essa comissão?
Ela servirá para lembrar e revelar o paradeiro das vítimas que desapareceram diante o Regime Militar, ela revelará as atitudes ilícitas do governo brasileiro nos anos de chumbo, e possível ligação internacional na implantação da Ditadura no Brasil.
Ela tentará lembrar o sofrimento do povo brasileiro, tentado virar por meio desse choque uma parte inacabada da nossa história e ressarcir de algum meio o sofrimento dos injustiçados.
O grande problema é:
A comissão da verdade nomeada pela presidente Dilma terá a presença de intelectuais e políticos, muitos sequer reconhecidos, e outros, amigos pessoais da presidente, como uma advogada que defendeu Dilma na Ditadura.
Mas o problema principal que encontro é que essa comissão tem por carência não ter a presença de nenhum historiador ou jornalista.
Isso é perigoso, pois de um certo jeito retira uma credibilidade dessa comissão, mas mais grave que isso, nós temos ao comparar com a Rússia, que praticamente escancarou os seus confusos arquivos e elegeu o renomado historiador russo, Dmitri Volkogonov para observar a comissão que investigaria os crimes de Stálin, temos que estamos há muito atrasados nesse quesito.
E quando obsaervamos que na Argentina alguns militares do período ditatorial foram condenados e presos, percebemos que essa comissão parece ser frouxa, muito frouxa nesse quesito;
Mas também temos um problema teórico: O que é Verdade?
É sério, esse é um problema totalmente complicado que aflinge a todo corpo de intelectuais e particularmente os historiadores, o que chega a ser verdade.
Foi com muito custo que percebeu-se que verdade não é verdade, mas sim uma abstração, um tipo-ideal que nunca será alcançado, afinal de contas, não existe uma só única verdade, mas várias verdades sobre vários espectos de pontos de vista.
Além disso, a concepção de uma verdade única gera um certo preconceito quanto às outras interpretações sobre uma realidade, qualificando-as como mentiras.
Mas pior que isso, até nesse sentido complicado a comissão falha por se utilizar desse nome controverso.
Fica complicado só de nome avaliar a comissão, mas devemos em si avaliar o seu trabalho no decorrer do tempo... Devemos ter consciência que esse trabalho tente primar por uma indolidade e que se desvencilhe de algumas propostas para que seu estudo seja encoberto por alguns não interessados nessa investigação.
sábado, 19 de maio de 2012
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