sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pushkin: uma biografia resumida



        Eu odeio resumir biografias à poucas linhas, pois nunca acho que as palavras combinem com a grandeza que foram tais pessoas em vida, seja por um fundo ideológico meu, ou mesmo por não me achar tão capaz de escrever sobre uma vida (e por achar uma biografia uma traição), mas eu não resisti e tive que escrever essa biografia.



       Aleksandr Sergueievitch Púshkin, vulgo Pushkin, foi com certeza o maior poeta russo de todos os tempos, sem querer insultar os outros poetas.






       Nascido em Moscou, em 6 de junho de 1799, num período totalmente conturbado da história européia (a ascensão de Napoleão), Puchkin descendia pela parte de seu pai  de uma ilustre família da nobreza russa cuja linhagem conhecida remonta ao século XII e de sua mãe, descendia origens escandinavas e alemãs, além do seu bisavô ter sido um fiel escudeiro de Pedro, o Grande.


      Conta a lenda que Pushkin vivenciou as Guerras Napoleônicas em pormenores durante sua infância, vivenciando até mesmo Napoelão invadindo sua cidade natal, Moscou, contudo, Pushkin nessa época já estava preparando para entrar no liceu em  Tsarskoe Selo, próximo a São Petersburgo.


        Pushkin, tal como muitos poetas, era nobre por natureza, mas liberal por concepção, tanto que fevido às suas ideias progressistas, e sendo  amigo de alguns dezembristas (responsáveis por uma tentativa de golpe contra o czar Alexandre I), foi desterrado, vagando, entre 1820 e 1824, pelo sul do Império Russo.
 
         Sob severa vigilância dos censores estatais e impedido tanto de viajar quanto de publicar, ele escreve sua mais famosa peça, Boris Godunov, uma obra sobre um dos líderes boiardos que tomou o poder na Rússia após a morte de Ivan, o Terrível.


         Pushkin recebe o perdão real em 1831, e no mesmo ano conhece Natalia (Natasha) com quem no mesmo ano iria se casar.


File:Natalia Pushkina.jpg
Ela era realmente bonita



        É sabido que com o Romantismo, a literatura russa alcançou um extraordinário desenvolvimento no século XIX, com escritores que exerceram profunda influência na literatura mundial, mas não é a toa que quem é  considerado o criador da literatura russa moderna é Aleksandr Púchkin. 
        Púchkin aliava à poderosa força da sua imaginação poética uma inigualável perfeição formal. A sua obra é de inspiração romântica, mas a sua prosa de ficção inicia o realismo psicológico na literatura russa, com pinturas magistrais da vida russa da época e uma precisa caracterização dos personagens. . Entre os seus textos destaca se o poema narrativo Ievgueni Onegin (1823 a 1831; Eugênio Onegin) e a tragédia Boris Godunov (1831).


       A Idade de Ouro da literatura russa surge com o poeta e prosista Aleksandr Puchkin, o qual  encantou gerações posteriores:
  1.  Dostoievski,  considerava Tatiana, heroína de Eugene Onegin, a personagem feminina mais realizada da literatura russa. 
  2.  Gogol, já dizia que  A Filha do Capitão, também de Pushkin, era "decididamente a melhor obra russa do gênero narrativo". 
  3. Enquanto  Lenin  tinha nas "obras imortais e insuperáveis" do escritor a leitura noturna preferida.

     Segundo o tradutor Boris Schnaiderman, Púchkin seduz com frases directas e despojadas, difíceis de enquadrar num movimento literário os elementos românticos seriam acompanhados de outros, de ruptura. Ievgueni Onieguin, obra iniciada em 1823 e concluída em 1831, assim, combinaria episódios românticos com sorrisos demoníacos e o sarcasmo cruel se alternaria "com descrições idílicas da paisagem".


      Púchkin teve uma vida conturbada e tão conturbada quanto a sua vida foi a sua morte:
      Aos 38 anos, o poeta desafiou um cavalheiro  francês (pra não dizer outra coisa),  Georges d'Anthès, cunhado de sua esposa, a um duelo
      D'Anthès, um tipo de oficial francês da época, sempre muito fresco e cavalherisco, quase cavalariano, a cortejava há tempos, e quando Pushkin percebeu, rapidamente foi defender sua honra. 

      Pushkin levou um tiro no local do duelo, às margens do Rio Neva, vindo a falecer dois dias depois.
       O francês se deu bem, e acabou não sendo preso, mas nunca mais Natalia Pushkina quis saber dele, e o francês acabou desaparecendo da Rússia.

     Como informa a imprensa russa ,  Pushkin proibiu os seus próprios descendentes de escreverem poemas. Ele considerava que, escrevia tão bem que ninguém poderia vir a escrever como ele. Talvez por isso, entre os 237 familiares dele em todo o mundo não há nenhum poeta.
Pushkin mortis
 

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