domingo, 19 de maio de 2019

O medo

       O medo é como um lago
       Que se enche de água
       E preenche todo o vazio
       Com plena morosidade.


       O vento que bagunça meus cabelos
       Carrega a solidão passageira
       Aquele que perdeu tudo por um amor
       Agora está preso à própria liberdade.


       Como um artista que inscreve
       sua obra na folha, eu espero
       Espero que o futuro seja melhor
       Do que o próprio presente.

       Sem o desespero inconsciente
       Fecho meus olhos um momento,
       O vento é violento.
       As minhas ideias espalham-se no chão.


       Sozinho e sem esperança,
       Guardo pra mim o sentimento
       E deixo os planos correrem
       nesse ofício solitário que é viver.

       Parcos momentos de felicidade
       Agora são citações no banco da biblioteca.
       O vício das grandes expectativas
       Esbarra no quadrilátero das incertezas.

       Viver é sozinho um ato revolucionário
       E minhas ideias jogadas ao vento
       São agora o escudo de quem hoje
       Se dedica a vencer o próprio medo.


        O medo irá fracassar,
        assim como o sol apagará
        o sorriso triste dos meus lábios.


        Viva o medo, estude o medo
        Beije o medo!Quando estiver forte
        Chute e corra para longe,
        Pois nada é mais belo
        Do que enganar o próprio medo.
     

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