O medo é como um lago
Que se enche de água
E preenche todo o vazio
Com plena morosidade.
O vento que bagunça meus cabelos
Carrega a solidão passageira
Aquele que perdeu tudo por um amor
Agora está preso à própria liberdade.
Como um artista que inscreve
sua obra na folha, eu espero
Espero que o futuro seja melhor
Do que o próprio presente.
Sem o desespero inconsciente
Fecho meus olhos um momento,
O vento é violento.
As minhas ideias espalham-se no chão.
Sozinho e sem esperança,
Guardo pra mim o sentimento
E deixo os planos correrem
nesse ofício solitário que é viver.
Parcos momentos de felicidade
Agora são citações no banco da biblioteca.
O vício das grandes expectativas
Esbarra no quadrilátero das incertezas.
Viver é sozinho um ato revolucionário
E minhas ideias jogadas ao vento
São agora o escudo de quem hoje
Se dedica a vencer o próprio medo.
O medo irá fracassar,
assim como o sol apagará
o sorriso triste dos meus lábios.
Viva o medo, estude o medo
Beije o medo!Quando estiver forte
Chute e corra para longe,
Pois nada é mais belo
Do que enganar o próprio medo.
domingo, 19 de maio de 2019
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