sábado, 8 de junho de 2013

Para além da Bolsa Família

       A despeito da retórica do governo, observa-se que a questão da miséria não está sendo resolvida conforme o esperado, como indica o IDF, Índice de Desenvolvimento Familiar, utilizado pelo governo como um meio supostamente mais eficiente do que o IDH.

      O padrão desse índice leva em conta parâmetro além dos indicadores de renda, mas também índices mais práticos e palpáveis, como a possibilidade ao acesso à educação e ao emprego, e o que se observou é que uma faixa, uma linha de exclusão ainda permanece.

     Embora o governo tenha tomado a iniciativa da Bolsa Família (que em verdade, começou no governo do FHC e vem realmente sendo apropriada por outros governos), muitas famílias não andam tendo o devido acesso a uma educação de qualidade satisfatória e isso influi diretamente atrapalha a possibilidade de emprego.

      É verdade, que as reformas sociais não partem normalmente com resultados imediatos, mas considerando que não houve uma grande reforma do sistema educacional, nem mesmo um incentivo pesado ao ensino por parte dos segmentos do governo e também da sociedade civil, acaba que se perde mais uma oportunidade.

      O Brasil é um país de grandes possibilidades e capacidades, mas perdemos tudo quando não damos chance a todos de conseguirem um ensino de razoável qualidade, para não contar a cultura que se criou de negação ao próprio ensino, que algumas pessoas desenvolveram com o passar dos anos, acreditando que o ensino só é importante se você quer um cargo no serviço público.

     O problema que se observa é que há uma hipertrofia dos gastos públicos e considerando que as reservas cambiais brasileiras não pagam nem mesmo um ano e meio dos gastos do governo, a situação é preocupante. Conforme os andamentos da Crise, é possível que aja demissões até mesmo dentro do governo e se não houverem, é a declaração de bancarrota. O Brasil não é tão frágil quanto no passado, mas também não devemos nos iludir dizendo que ele é titã internacional, a Argentina já foi uma grande potência, hoje é chutada por todo mundo, como cachorro morto, por escolhas erradas do seu passado.

      O governo está fazendo escolhas erradas agora, ao conferir um auxílio social sem promover um amplo acesso educacional de qualidade e uma reforma educacional sem fins eleitorais. A inserção do ENEM como único parâmetro de entrada nas Universidades, resultará em alguma medida, na pauperização do ensino superior, não que seja elitismo meu, mas o aluno não terá uma carga cultural exigida pelo ensino superior. A resposta estava nas melhorias da educação básica, mas a aposta em massa no ensino superior vem trazendo dividendos eleitorais, afinal de contas, criança não vota, só adulto.

     Sim, eu estou criticando o governo abertamente, embora algumas coisas não seja totalmente contrário, é conveniente criticar as medidas que o governo toma para simplesmente tomar votos em eleições. O Ministério da Educação devia realmente abraçar a educação básica e não confiar o ensino primário e secundário nas prefeituras, que aparentemente, não se mostram tão preocupadas quanto deveriam no ensino das crianças, mas é preferível lançar verbas às Universidades, em virtude (querendo ou não) do próprio PT ter uma base nas universidades; Pior ainda é o Prouni, que é dar dinheiro público a faculdades de pouca qualidade. 


       Enfim, os indicadores econômicos não são tudo que respondem as demandas sociais e isso o mecanicismo economicista da presidente (e não presidenta)  não enxerga, não basta dar apenas o dinheiro ao cidadão, tem que dar uma educação de qualidade e emprego, ninguém gosta de andar de muleta se pode andar com suas próprias pernas.


Sobre o IDF:

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