sábado, 8 de junho de 2013

"Boas" viagens

        Você teve um funcionário por oito anos, um funcionário que se transformou numa figura polêmica e que   teve seus atritos com os seus colegas, mas sabia como se relacionar com o público. Esse mesmo funcionário, a despeito de ser muito popular, também cometeu os seus erros pelo caminho, chegando a ser acusado por alguns de ter participado de um esquema de desvios do dinheiro da empresa. De repente, após oito anos, ele é obrigado a se aposentar por tempo de serviço.

     Então ele começa a viajar pelo exterior, visitar novos países, tudo desvinculado à empresa; entretanto você toma o encargo de designar um dos seus funcionários para auxiliá-lo no exterior, isso não é algo relativamente estranho? Eu pessoalmente acho, seria uma prova de camaradagem para com o seu funcionário? Será que seria, mesmo se o seu funcionário fosse um ex-presidente e a sua empresa fosse o Estado?

     Qual é a lógica de designar um funcionário da embaixada para auxiliar as viagens de um ex-presidente à África, eu sinceramente não posso compreender. Quando as pessoas viajam para outras partes do mundo, elas tem como guarda-costas a fé e a sorte, só quando acontece algum perigo iminente à segurança do cidadão que a embaixada intervém; Será que o Lula possui um risco real à sua integridade física viajando para Maputo? Se sim, por que foi para lá?

    Sim, cortesia nunca é demais, eu concordo; mas com dinheiro público? Não tem algo de errado nisso?

    Não tem algo de errado também o fato do ex-presidente ter pagas as despesas do aluguel de um computador pessoal e uma impressora no valor de US$ 330, 58 num hotel em Doha em virtude de "fez-se necessário alugar os equipamentos para disponibilizar meios de comunicação ao ex-presidente e à delegação acompanhante"?

     Simplesmente é estranho ver que o Itamaraty tem também por preocupações cuidar de maneira satisfatória de seus cidadãos no exterior. É até uma coisa bonita, afinal de contas, será essa uma extensão do Estado de Bem-Estar Social?

      Melhor ainda são as empresas amigas ao viajante, como a Odebrecht e a a Camargo Correia, que custeiam metade das despesas dos viajantes que vão ao exterior. Me pergunto como elas conseguem ainda ter lucro.

      Mas é enigmático o  motivo do ex-presidente fazer tantas viagens à África e Costa Rica e receber apoio das embaixadas e das empreiteiras com os custos de viagem. Será essa uma parceria público-privada que deu certo? Eu não sei dizer, mas certamente deve ser rentável ao interesses da nação, afinal de contas, Lula nem sequer foi nomeado embaixador do Brasil, ou plenipotenciário, e já vem fazendo um trabalho dessa envergadura.

     Sim, sim, afinal de contas a Odebrecht e a Camargo Correia não deve ter contratos com o governo brasileiro ou com os países da África e nada disso passou de uma mera casualidade.  Não é mesmo? <só que não>


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     http://f.i.uol.com.br/itamaraty/large/image2013_03_22_154033_1.jpg



    Isso sem falar que o Lula tem tamanha influência no governo que promete repassar pedidos no exterior para a Dilma, é tão engraçado ler o  caderno de política, veja quanta reflexão se pode retirar dessas notícias. Bom, ainda tem gente reclamando do fato da Dilma estar controlando os voos da Força Aérea à sua própria vontade.


 

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