sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um violino


          Eu sempre tive uma admiração sincera por violinos, uma admiração que eu conservava desde criança... Quando criança eu mesmo queria tocar um violino, tal como nos filmes, numa noite gelada enquanto as pessoas pessoas passavam e me ignoravam, eu não estaria só pedindo esmolas, eu estaria tocando para mim.

          Eu sempre quis ser esse garotinho triste, com as roupas esfarrapadas com a aparência frágil meio adoentada. Eu queria ser o rapazinho sujo de lama, que tremia ao frio, e que tinha só um violino; Um lindo violino, vermelho-acastanhado, uma peça estridente de paixão e tristeza.

         Não, eu nunca fui esse garotinho, nunca tive um violino, nunca saí de casa para tocar uma música sequer, nem poderia, mas a paixão ficou.

         Eu ainda hoje me sinto como esse menino, sozinho e desolado tocando um singelo violino num terminal de ônibus, sendo ignorado por todo mundo. Eu me sinto esse doente garotinho que só tem o violino como amigo, que apanha dos outros garotos malvados e tem que enfrentar o pai alcoólatra todos os dias. Eu me sinto como esse garotinho.

        Toda  a vez que passo por uma loja de instrumentos musicais numa decadente rua da cidade, eu não consigo retirar os olhos dos violinos... Coisas tão lindas, tão graciosas, eu realmente não consigo tirar os olhos, até encontrar o preço. 200 reais por um violino vagabundo! Não pagaria nem metade por isso, sem falar que os meus dedos iriam com certeza calejar.

        Violinos são peças tão bonitas que sequer deveriam ter preço, é o que eu acho.

         Eu não sei, a minha paixão por violinos é tão absurda que até com uma violinista já me envolvi, mas não com o seu violino. Foi aí que entendi que um violino não é só um instrumento musical que ao mesmo tempo pode ser romântico e triste, ele é uma extensão da alma, uma falange do coração. Um violino nunca é só um violino.

        O som do violino é seu eterno companheiro nas noites mais tristes, é o seu parceiro nos dias mais difíceis... Toda a vez que vejo agora um violino penso nisso, num pequeno e delicado pedaço de madeira tão fino que quando tocado pode ser tão romântico e tão triste, é como eu me sinto no dia a dia.

        Um homem com o peso de uma vida tocando tristemente um simples violino, é assim que me sinto hoje. Sequer tive chance de ser aquele menino; Hoje as minhas palavras substituem as melodias tristes e estridentes, hoje minha caneta é o meu arco e a minha voz é o meu violino.

        E minha vida é a tragédia a ser contada...


5 comentários:

  1. Muito confuso e um tanto quanto maçante, tente melhorar isso.

    ResponderExcluir
  2. Tentarei melhorar isso, caro Anônimo, fico grato por seu comentário

    ResponderExcluir
  3. Por nada, e obrigado pela sua determinação.

    ResponderExcluir
  4. Eu gostei. E adoro violinos também

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De fato, essa paixão por violinos entra ano e saí ano, e apenas fica mais forte

      Excluir

Haber e o uso da ciência para o "bem" e para o "mal"

A figura mais controversa pra mim na história da Ciência não é Oppenheimer (pai da bomba nuclear), nem Alfred Nobel (criador da di...