Batia o vento contínuo
Sentia o badalar do sino
Triste destino
Era uma tarde...
Muito sem graça
Tudo veio, tudo passa
Numa rodoviária qualquer
Uma chama arde
E não há o que desfaça
Parece amor, mas é amor
Isso digo pra quem quiser
Não queria sair de casa
Sequer falaria com ninguém
Tudo o que pensava
Tudo que sentia era por alguém
Aquela menina, aquela doce menina
De cabelos escuros, sorriso engraçado
Que pulava nas folhas e brincava
Queria falar com ela, queria conversar com ela
Estava perdido, não sabia o que iria dizer
Não sabia o que fazer, sequer sabia se iria
Ali, naquela Rodoviária, sozinho, sempre sozinho
Ele sempre foi sozinho, desde criança é verdade
Encontrou um amigo, bateu papo
Conversou vivo como sapo
Não queria falar.
Não queria se atrasar
Se atrasou
Entrou num ônibus,
ele e os outros
Conversavam entre si
Ele taciturno
Chovia sobre o lago.
Alguém chorava no lado.
Era ele mesmo
Perderam-se no caminho
Estavam atrasados
Tudo que tinham era o verbo
e o vinho
"Não quero me atrasar
Não posso me atrasar.
Ela vai embora, e eu sequer
irei vê-la"
Andaram dois quilômetros.
Se perderam de novo
Ele sequer lembra como chegou lá
Naquela festa
Perdeu-se junto com a rima
Olhou logo de cima
Todos os que fitavam
"Cadê ela?"
Deram-lhe um pouco de vodka
Não queria beber, não queria
"Cadê ela?"
Ela não veio
Ela não veio
Sentiu-se triste.
Abriu a bebida
Bebeu ali mesmo
Ela não veio
Sentou-se na mesa
Baixou a cabeça
Lutou consigo
Foi jogar dominó
mas queria mesmo chorar
"Ela não veio"
Ganhou algumas
Perdeu outras
Mas no fim,
Ela não veio
Estava quase para ir
tava quase pra fugir
Quando algo lhe fez
sorrir
"Ela veio"
Correu até ela
Falou tudo o que queria
E disse que a amava
"Ela veio"
Sorrisos, carinhos
Batia mais rápido o
coração
Estava consumido de
paixão"
Uma bela tarde de
novembro
Para quem venceu
outubro
E tem aulas em janeiro
Um belo novembro
"Ela veio"
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