domingo, 18 de novembro de 2012

O Xadrez da vida




        Minha vida sempre foi como uma partida de Xadrez, em que o meu oponente é o mundo e eu sou só um mísero peão.

        O meu oponente tem todas as peças: Torres, Bispos, Cavalos. E eu ainda só tenho um peão.

       Não sei porque magia o meu peão resiste, luta, passa de casa em casa, mata bispos, cavalos e torres, andando bem lentamente, uma casa por vez, sempre pra frente. Às vezes vai pra diagonal, mas nunca volta para trás, um único peão solitário.

       Quanto mais ele anda, mais difícil fica a partida e mais peças eu consigo. Agora não é mais só um peão, agora tenho uma torre, um cavalo; escudeiros a serem usados numa jogada, perdidos em outra. E assim continua a partida de xadrez.

       Meu inimigo me frustra, me engana, me encurrala, mas eu sempre consigo salvar meu mísero peão.

       Agora que estou prestes de conseguir a minha Rainha, eis que o meu oponente me atrapalha mais uma vez, coloca uma misera peça no meu caminho, na última casa, na H1, e não sei o que fazer... Será que corro? Não é truco para você correr. Será que volto? É xadrez, peão não volta. Será que enfrento? E se for uma torre?

         Sim é uma torre, uma torre de uma muralha intransponível, uma muralha que guarda o meu amor, e foi muito bem defendida. O que devo fazer? Enfrentar? Sim, enfrentar.

        Depois que você enfrenta é tudo ou nada, ou você perde ou você ganha, não há meio termo. Vamos ao ataque.

        Xadrez é um jogo tão simples, tão simplório, que chega a ser difícil, depois que você vence a torre, a torre da Muralha da Timidez, tudo fica mais fácil, tudo fica mais simples. Agora você não tem só um peão, agora você também tem uma rainha, e a rainha muda o jogo.

        No fim você percebe que você não era um mísero peão e sim um rei.

        Pena que a vida não é uma partida de xadrez, está mais para uma pôquer, com os seus altos e baixos.

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