quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um poeta bon-vivant

Aos domingos eu me levanto
morrendo de sono
às três da tarde


Às vezes até me esqueço
de suar para corridas.
Não penso em sair de casa
Tenho medo de chegar muito cedo .

São três da tarde
E eu tenho que começar a abrir o portão
E vai começar o futebol


O telefone toca
Metralha minha cabeça como uma  guitarra
Alguém me convida para uma piscina e um cabaré
Eu anoto na palma da mão.
E vou dormir de novo


E eu tenho que fazer!
Má sorte ,
Tenho o que fazer!

A noite de sábado
Meus críticos compraram
Um pouco de vinho
E perguntaram porque eu escrevia

A cabeça doía e eu dizia
Que dada a previsão ,
De faltar-me a tinta e o papel
Que escrever era  dá-lhes a cabeça .
Um pouco mais do que sofrasia


Quando alguém me dá uma tirada dessas
Penso que são três da tarde
Que logo vai ter jogo do Corinthians
E que estou com sono

Mas nada me para
O verso me aninhou no início ,
e não só isso que me abriu
Por inteiro



Mas quando eu tenho o palco,
isso é com pouca frequência
sem tanto galarde e ciência
Acordo tarde e vou dormir outra vez
Até que sem querer vou escrever
Batatas para colher trigo


Pois hoje é domingo
E domingo não é dia pra descansar

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