A lua tecia um olhar preguiçoso na agradável noite que teimava em prosseguir um tanto nublada.
Sobre a grama, no alto de uma colina, um casal de namorados se divertia entre numerosos beijos e abraços; O mais engraçado é que a moça tinha um olhar distante, um olhar para o alto buscando na lua o espelho de sua própria alma.
Certa altura ela olhou com afeto para o namorado e os dois se entreolharam, sem dizer nada entre si — Era um silêncio taciturno ligado apenas por toques e alguns beijos demorados; De repente o silêncio se findou:
— Ah! Que bem que tu me trazes, você não sabe o quanto.
Sentindo a mesma coisa, mas tendo a noção que ela tinha roubado suas palavras com os beijos cada vez mais molhados, o rapaz apenas pode responder:
— Sim, eu sei. Esse bem eu também sinto
— E a lua está só nos olhando.
— Ela está a admirar a grandeza que somos nós dois.
Os dois sorriram-se e se beijaram mais um pouco. Aquela noite brincou de sussurrar novas luas e novos ventos que no burburinho da escuridão repentina os abraços e as carícias se consolidaram mais entre os toques e os olhares; A noite progrediu silenciosa até o silêncio ser rompido com os sussurros e os poucos gemidos do amor apaixonado.
Não muitos momentos são tão emblemáticos quanto esse e não posso me esquecer em nada desses momentos que permeiam as fronteiras da memória.
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