quinta-feira, 21 de junho de 2012

Comentários sobre a RIO +20

           O entusiasmo do Brasil ao presidir os trabalhos da ECO +20 só foi particular mesmo do Brasil, porque as lideranças europeias e de outros países anteriormente chamados de ricos, demonstravam na verdade um receio de serem compromissadas de medidas duras como as da ECO 92.

           Eles não querem investir mais no meio ambiente, pelo simples fato de se importarem mais com o fato de suas economias estarem cambaleantes demais para investir em matrizes energéticas caras e não terem interesse em mudarem seu sistema de produção, com as empresas falidas, inflações e desempregos astronômicos, é até inviável fazer isso.

            O Brasil foi sim utópico ao achar que esse encontro iria trazer grandes mudanças, e além do mais, hoje ganham força os comentários de que o aquecimento global é uma balela, ou que não contribuímos em nada com isso. Isso obviamente é alimentado pelos industriais que são mais interessados em não mudar as matrizes energéticas ou porque não querem arcar com os custos, ou porque sobrevivem a partir delas, e dessa maneira não querem ser penalizados por uma nova ordem na produção mundial.

           
             Os países emergentes solicitaram a quebra de patentes para produzir novos meios em conformidade ao respeito ambiental, logicamente, a recusa dos países possuintes dessas patentes foi gritante, afinal ficariam sem muito para negociar e lucrar em cima dos emergentes.

               O Brasil, pela primeira vez que me lembro dessas conferências, colocar em pauta uma questão de igual importância mundial nas discussões, a meta de erradicar a pobreza e a pobreza extrema em todo o mundo.

                 Os debates ecologistas nunca tinham levado em consideração esse lado social, entretanto, nas negociações isso também falhou...

               Os que acusam a China de ser a maior poluidora do mundo, agora se curvam ante ao colosso chinês de uma cidade completamente sustentável, coisa que nem os americanos se aventuraram em fazer...


                O Brasil que falou tanto que o texto geral foi sem grandes ambições e que os líderes mundiais deviam pensar mais no mundo, ele próprio dá mostras de quão grande é a sua cara de pau, pois ao mesmo tempo em que dá puxão de orelha nos outros, por não pensarem no meio ambiente, ele mesmo está prestes a aprovar um código florestal que anistia infratores de leis ambientais e grandes produtores que por anos desmataram florestas, como a Amazônia.


                  A RIO +20 é  a mostra da falência da conciliação entre o capitalismo e a ecologia, e não se deve culpar muito a isso, afinal de contas isso estava mesmo fadado ao fracasso.

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