terça-feira, 29 de março de 2016

Matemática do amor




Num traçado de uma tangente
Um matemático meio demente
Descreve uma equação inconsequente


Dentre os pequenos cálculos
Puxa na saudade dos números
Encontrar a felicidade da cara-metade
Como se isso fosse uma tenra novidade

Calculou que a soma dos quadrado dos catetos
Era igual ao quadrado da hipotenusa
Mas por uma inocente maldade
Imaginou o coração como um triângulo

Um triângulo que batia em três lados
Um lado era da paixão, que saia no piscar de um olho
Outro lado era o da fé, que era cego como um porco
E o terceiro era do amor, perdido na poesia

Pois bem, descobriu o coração rachado
nos três lados. Beijou o quadro com o giz
Calculou o tempo de um piscar de um olho
Calculou o tempo de uma missa de fé
Mas e o amor?  Como se calcula?


Hipoteticamente, não há hipotenusa
O matemático sem esperanças
Rasgou os papéis e saiu da sala descontente
Até que quando se deu conta

Se apaixonou pela ideia de ser  matemático de novo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Haber e o uso da ciência para o "bem" e para o "mal"

A figura mais controversa pra mim na história da Ciência não é Oppenheimer (pai da bomba nuclear), nem Alfred Nobel (criador da di...