quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Proscrito

        Eu te perdi, como a gente perde uma chave. Como a gente perde a esperança, ou quando a gente perde uma amizade. Perdi por distração, perdi por ter  esquecido de ficar calado. Mas não te perdi completamente de uma vez, mas aos poucos, onde todas as noite fugia de meus medos e me acolhia no calor de seus braços. Deixei você agir como minha irmã, cuidar de mim como uma mãe, e me consolar como amiga, mas você só tinha que ser minha namorada... Era o que eu queria.

      Mas não podia. A verdade é que não sei se podemos pensar sobre isso, afinal não é uma opção válida. De todos os meus medos, de todos os meus martírios, desistir de você me deixa cada vez  mais triste, mas cada vez mais calmo. Taciturno, titubeio sem imaginar que o mais cego dos amores é o mais pleno dos desastres.

     Me apaixonei no desatino de um minuto, num passo de segundo. Apaixonei tão intensamente que foi como ser atropelado por um trem, e hoje esse vento, cada vez mais violento, me insulta com palavras injuriosas enquanto escondo minha lágrima no fundo do coração. É mais uma entre várias, de um coração partido que foi remendado às pressas e que não bombeia mais com a mesma força de antes.

       Desisti de ter resposta. Desisti de minhas perguntas... Fisiologismo meu pensar que te amo, afinal somos tão jovens e tão tolos. Não, você é mais madura do que eu, mais esperta e inteligente. Nunca vi alguém assim, e nunca mais encontrarei. Te perdi com mais dor por causa disso, mas tolice. Tolice minha, amei sem esperar.Amei com pressa de ser amado, amei amargurado.

      Silêncio. Adeus, soneto... Hoje é um dia triste para os meus olhos, mas é um dia que irei baixar a cabeça para elevá-la depois. Cabeça erguida, vai demorar para conseguir, mas desisti de correr atrás de algo que nunca vai acontecer. Soneto do abandono,,, Eu te amo no desassossego dos meus olhos.

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