quarta-feira, 4 de junho de 2014

Liberdade de minha própria consciência

       Estou livre de pensamentos tão vazios numa noite tão triste e melancólica  como essa, só de pensar no peso asqueroso que dilacerava aos poucos meus ombros com uma tonalidade cada vez mais espartana tenho uma imensa vontade de fagocitar todos os meus problemas num único casulo. A casualística desse pensamento se abrandou e tudo que penso é tomar forças para seguir o meu caminho, o único caminho que eu espero daqui pra frente, ser eu mesmo.

      Minha liberdade enfim chegou e estou de acordo com ela bem mais do que estaria antes, estou mais preparado para não tomar as dores dos outros ou para cuidar de pessoas cada vez mais complicadas com o mesmo carinho de antes, estou tranquilo por ter tomado as últimas decisões que tomei e um alívio categórico arrebatou-me por inteiro.


        Eu vi a sombra das ações demagógicas de alguns tornarem minha existência e resistência insuportáveis, vi com a amargura a degradação moral que alguns objetavam em conseguir e mais do que isso enxerguei que meu futuro não poderia se traduzir a meras intrigas palacianas e meu ninho de despotismo que crescia dentro do meu cérebro. Minha consciência tomou conta do meu corpo, minhas mãos tremeram, as pernas pararam e o meu corpo reclamou. Um acesso de tristeza corrompeu-me e desfez meus pensamentos.

         Eu queria estabelecer a pouca ideia de um regime novo, desvencilhado de velhos paradigmas, mas penso cada vez mais que a incapacidade de tais coisas é cada vez mais imperativa; Me julgaram um fraco, ou mais do que isso, um covarde, não penso que tenha sido nenhum dos dois e se fui, não peço desculpas eu estava agindo de uma forma cada vez mais irresponsável que não deveria existir, minha arrogância deixou-se evidente e acredito que não tenha mais remorsos do que eu cometi.

         Intelectual com uma vida definida, não sinto medo desse temporal que eu vim, eu o ignorei por completo e ignoro as pessoas, só estou disposto a me fechar a um mundo cada vez mais corrompido e corriqueiramente absurdo, eu acredito que nada foi tão trágico a esse ponto. Mas devo descrever o medo que tenho de perder os poucos amigos que obtive nessa correnteza de isolamento, entretanto é algo que é inevitável em alguns casos. Quanto a pessoas que por ventura se aproveitaram de minhas fraquezas, me atacaram na surdina ou me humilharam diretamente, essas eu nem tenciono de pensar ou perdoar, estou tranquilo porque ainda sou mais do que essa ridícula representação ideológica que levam a cabo.

           Estou convencido que qualquer renúncia que tenha tomado foi positiva para um espírito abalado como o meu e só estou certo a seguir um futuro cada vez mais sedutor; Não espero de nada que mude o meu fomento, ou um acalanto estrondoso de momentos depressivos e depreciativos. A minha vida será melhor quando o sol da liberdade iluminar o meu caminho e essa liberdade está fora da ligadura desdenhosa de ser apenas um político irresponsável tomado pela minha megalomania e paranoia.

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