sábado, 19 de maio de 2012

Comissão da Verdade

         No último mês foram nomeados os nove membros da Comissão da Verdade que se encarregará de investigar os crimes causados pelo governo brasileiro entre 1946 e 1989.


        Ao contrário do que se pensa por alguns, essa comissão não terá fins condenatórios, afinal de contas, dada a assinatura da Lei da Anistia, em 1979, tanto perseguidos quanto perseguidores ficaram livres de qualquer perseguição.

        Em todo caso, de que servirá essa comissão?

        Ela servirá para lembrar e revelar o paradeiro das vítimas que desapareceram diante o Regime Militar, ela revelará as atitudes ilícitas do governo brasileiro nos anos de chumbo, e possível ligação internacional na implantação da Ditadura no Brasil.

      Ela tentará lembrar o sofrimento do povo brasileiro, tentado virar por meio desse choque uma parte inacabada da nossa história e ressarcir de algum meio o sofrimento dos injustiçados.

       O grande problema é:

       A comissão da verdade nomeada pela presidente Dilma terá a presença de intelectuais e políticos, muitos sequer reconhecidos, e outros, amigos pessoais da presidente, como uma advogada que defendeu Dilma na Ditadura.

        Mas o problema principal que encontro é que essa comissão tem por carência não ter a presença de nenhum historiador ou jornalista.

         Isso é perigoso, pois de um certo jeito retira uma credibilidade dessa comissão, mas mais grave que isso, nós temos ao comparar com a Rússia, que praticamente escancarou os seus confusos arquivos e elegeu o renomado historiador russo, Dmitri Volkogonov para observar a comissão que investigaria os crimes de Stálin, temos que estamos há muito atrasados nesse quesito.

           E quando obsaervamos que na Argentina alguns militares do período ditatorial foram condenados e presos, percebemos que essa comissão parece ser frouxa, muito frouxa nesse quesito;


          Mas também temos um problema teórico: O que é Verdade?

         É sério, esse é um problema totalmente complicado que aflinge a todo corpo de intelectuais e particularmente os historiadores, o que chega a ser verdade.

         Foi com muito custo que percebeu-se que verdade não é verdade, mas sim uma abstração, um tipo-ideal que nunca será alcançado, afinal de contas, não existe uma só única verdade, mas várias verdades sobre vários espectos de pontos de vista.


           Além disso,  a concepção de uma verdade única gera um certo preconceito quanto às outras interpretações sobre uma realidade, qualificando-as como mentiras.

           Mas pior que isso, até nesse sentido complicado a comissão falha por se utilizar desse nome controverso.

            Fica complicado só de nome avaliar a comissão, mas devemos em si avaliar o seu trabalho no decorrer do tempo... Devemos ter consciência que esse trabalho tente primar por uma indolidade e que se desvencilhe de algumas propostas para que seu estudo seja encoberto por alguns não interessados nessa investigação.

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